Vacinas são o método mais eficaz para prevenção de mais de 15 doenças
As vacinas são um instrumento de proteção contra doenças para pessoas de todas as idades. Todavia, elas ainda são um tabu para parte significativa da sociedade, que tende a não acreditar em sua segurança e eficácia e a não seguir o calendário nacional de vacinação. Esse comportamento é perigoso e tem como principais efeitos o adoecimento de quem não se vacina e o retorno à circulação de doenças antes controladas, como o sarampo, que voltou a fazer novas vítimas
Para a médica infectologista do Hospital Santa Lúcia Marli Sartori, um dos principais motivos para as dúvidas sobre a vacinação é a disseminação de informações falsas. “As chamadas fake news interferem de forma muito significativa na avaliação das pessoas sobre esse e tantos outros assuntos relacionados à saúde. A sociedade precisa buscar informação de qualidade para que não esteja suscetível a discursos equivocados. Sites de instituições sérias, como o do Hospital Santa Lúcia, e notícias apuradas por veículos de comunicação de credibilidade são bons exemplos”, afirma.
No Brasil, o esquema vacinal é organizado por faixa etária. Por isso, todas as pessoas, independentemente da idade, precisam ter seu cartão de vacina atualizado. “Temos disponível um número grande de vacinas: para tuberculose, meningite, pneumonia, tétano, poliomielite, sarampo, varicela, coqueluche, febre amarela, hepatites A e B e gripe, entre outras. E elas são eficazes. Prova disso é que, como resultado da vacinação, já se erradicou mundialmente a varíola e a poliomielite está quase que erradicada”, reforça a especialista.
De acordo com ela, apenas três países ainda registram a pólio de forma endêmica: Afeganistão, Paquistão e Nigéria. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as vacinas salvam de 2 a 3 milhões de pessoas todos os anos. Por causa delas, houve queda de 73% na mortalidade por sarampo. Em países com altas taxas de mortalidade por rotavírus, a vacina previne de 35% a 63% dos casos de diarreia severa por conta da doença em até 2 anos após a implantação da vacina monovalente; e de 41% a 57% em até 2 anos após a implantação da vacina pentavalente.
“Não há dúvidas entre a comunidade científica de que as vacinas existentes são a melhor e mais segura forma de prevenir diversas doenças, desde as mais comuns, como a gripe, com redução da mortalidade em períodos epidêmicos, até as mais específicas, como a raiva. E elas estão ao alcance de todos! Portanto, é fundamental manter o cartão de vacinação atualizado, levá-lo nas consultas de rotina e procurar um infectologista em caso de dúvida”, destaca Marli Sartori.
A médica ressalta ainda que a aplicação simultânea de vacinas ou o uso de vacinas combinadas (contra mais de uma doença) é comprovadamente segura e não sobrecarrega o sistema imunológico. “Além disso, de acordo com a OMS, a aplicação simultânea é vantajosa porque, entre outras razões, diminui a necessidade de visitas à clínica de vacinação ou Unidade Básica de Saúde, reduz custos e facilita a adesão ao calendário”, enfatiza.
CASOS ESPECIAIS – As vacinas são seguras e passam por muitas etapas e certificações antes de serem liberadas. Elas precisam da aprovação de benefício para que possam ser usadas. Todavia, para indivíduos que são considerados imunossuprimidos – pessoas que vivem com HIV, transplantados, pessoas que fazem uso de medicações imunossupressoras, gestantes, aqueles que estão em quimioterapia, entre outras –, a vacinação deve ser prescrita por um médico especialista.
CALENDÁRIO – As pessoas saudáveis, via de regra, devem seguir o calendário regular de vacinação disponível no site da Sociedade Brasileira de Imunizações, onde é possível fazer o download por faixa etária e conhecer tudo sobre o assunto. sbim.org.br/calendarios-de-vacinacao