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13 de February de 2020

Síndrome de Asperger dificulta a comunicação e interações sociais

A síndrome de Asperger é um transtorno de neurodesenvolvimento que afeta os processos de socialização e comunicação. As pessoas com essa síndrome sentem e percebem o mundo de forma diferente e possuem dificuldades persistentes para se comunicar e interagir socialmente.

Apesar de enquadrada no espectro autista e de ser popularmente conhecida como uma forma leve de autismo, ela guarda suas particularidades e diferenças. A principal delas é que o portador da síndrome não tem sua cognição gravemente afetada e não apresenta déficits, atrasos ou falta total de competências linguísticas.

“A causa da síndrome de Asperger ainda não é conhecida e entre as suas principais características estão a dificuldade de manter conversas e compartilhar pensamentos e emoções; de compreender e usar a linguagem corporal; oposição a regras e interpretação literal de falas, incluindo a incapacidade de entender sarcasmo, ironia, duplo sentido e outros recursos de tom de voz”, explica a psicóloga especialista em Psicopatologia, Raissa Ferreira.

De acordo com ela, que também é coordenadora do Serviço de Psicologia do Hospital Maria Auxiliadora (HMA), há ainda sinais como dificuldade de fazer amigos e criar laços e fragilidade para entender os desejos e necessidades de outras pessoas. Além disso, é possível observar problemas como o desenvolvimento de rituais incomuns. Também se pode notar interesse intenso e quase obsessivo por determinadas atividades ou assuntos e dificuldade em lidar e controlar suas emoções, além de possível disfunção motora, entre outros.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO – A partir dos 3 anos de idade já é possível detectar a síndrome de Asperger, investigação geralmente realizada por uma equipe de diagnóstico multidisciplinar, incluindo frequentemente fonoaudiólogo, pediatra, psiquiatra e psicólogo.

“O ideal é que pais e responsáveis, ao perceberem os indícios, busquem apoio especializado o quanto antes, acolhendo as diferenças apresentadas pela criança com empatia e amorosidade”, reforça a psicóloga. “Esse apoio é fundamental para que o seu comportamento não seja visto por ele e pelos demais apenas como algo singular ou particularmente estranho. Pessoas com síndrome de Asperger podem ter uma vida funcional”, complementa.

Ainda segundo a especialista, os tratamentos são individualizados, já que o diagnóstico leva em conta diversas situações e características do paciente. Em geral, são prescritas sessões de psicoterapia e os familiares e amigos precisam agir de acordo com o plano de cuidados do psicoterapeuta para reforçar e complementar os cuidados.