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28 de January de 2020

Santa Lúcia acompanha tendência mundial e investe na robótica para tratar pacientes

Os millennials poderão estar entre os principais impulsionadores do uso de diferentes tipos de tecnologia nas áreas de saúde e bem-estar. É o que revela o Terceiro Estudo Global Anual “Geração AI”, divulgado pela IEEE – maior organização técnica-profissional do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade – durante a Futurecom, em São Paulo.

A pesquisa, realizada com base nos depoimentos de 2 mil pais com idade entre 23 e 38 anos com pelo menos uma criança de 9 anos ou menos, mostra que eles estão confiantes quanto ao uso da inteligência artificial e da robótica no atendimento médico ofertado aos seus filhos.

Segundo o estudo, 75% dos pais brasileiros nessa idade aceitam a ideia de ter, se preciso for, um coração impresso em 3D implantado em seus filhos no futuro. Fazem parte da pesquisa indivíduos dos Estados Unidos, Reino Unido, Índia, China e Brasil.

Para falar sobre como o Santa Lúcia tem utilizado a robótica para tratar doenças como o câncer, por exemplo, convidamos o urologista, especialista em uro-oncologia e cirurgia robótica, Rafael Rocha Vidal.

1 – Na sua avaliação, que fatores ainda geram insegurança e quais mudanças de percepção contribuem para a aceitação do uso da robótica na medicina? Por quê?

O desconhecido sempre gera insegurança. Acredito que, por falta de informação, alguns avanços na área médica podem gerar esse sentimento. Mas, quando o assunto é a cirurgia robótica, acredito que essas incertezas já não ocorrem. A tecnologia é usada há 20 anos no mundo, com segurança e ótimos resultados comprovados cientificamente.

A geração de millennials, ou seja, as pessoas entre 23 e 38 anos, convive desde a infância com tecnologia e está inserida plenamente nesse mundo conectado. Por isso, tendem a se sentir tranquilos com o uso de ferramentas que tornam os processos do dia a dia mais seguros e eficazes.

2 – A cirurgia robótica já é bastante aplicada em que áreas da medicina? Como?

A cirurgia robótica é aplicada em diversas especialidades médicas. Na prática, somos capazes de realizar inúmeras cirurgias nas cavidades do corpo humano – tórax, abdômen e pelve. Para exemplificar, no tórax são realizadas cirurgias no esôfago e nos pulmões; no abdômen, nos rins, fígado, estômago, pâncreas e intestino; e na pelve, no útero, bexiga e próstata.

3 – No Santa Lúcia, o robô Da Vinci Xi é o principal exemplo dessa aplicação. Como ele tem sido utilizado?

No Grupo Santa, temos o privilégio de ter a versão mais moderna do Da Vinci Xi. Isso nos permite oferecer aos nossos pacientes a forma mais avançada e tecnológica de tratamento cirúrgico existente na atualidade. Até o momento, nos hospitais do Grupo já foram realizadas mais de 200 cirurgias robóticas, e a urologia foi a especialidade com maior número de casos.

4 – Que equipe é envolvida em procedimento assim?

Uma equipe multidisciplinar composta por cirurgiões, anestesistas, enfermeiros, instrumentadores e técnicos de enfermagem, todos com treinamento específico para a realização dos procedimentos em robótica. No Santa Lúcia, já dispomos de diversos profissionais com treinamento e certificação em robótica, e esse número tende a aumentar de maneira significativa com a chegada da tecnologia em nossa instituição.

5 – Quais os principais ganhos da cirurgia robótica para os pacientes?

A cirurgia robótica é uma forma avançada e minimamente invasiva de realizarmos cirurgias. A tecnologia nos permite realizar intervenções através de pequenos furos (orifícios de 8 mm) por onde são inseridos os instrumentais cirúrgicos e uma pequena câmera. A câmera cria uma imagem ampliada e em 3D que é enviada ao console cirúrgico – a parte que permite ao cirurgião controlar os braços robóticos e realizar a cirurgia.

A imagem em 3D criada pelo robô gera uma riqueza de detalhes do campo operatório, permitindo realizar dissecção de estruturas nobres com maior delicadeza e precisão. Isso provoca menos sangramento, menos dor no pós-operatório, uma internação mais curta e um retorno precoce do paciente a suas atividades habituais.