Refluxo gastroesofágico atinge 30% da população devido ao estilo de vida atual
Um dos problemas digestivos mais comuns da sociedade atual, a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é o retorno dos alimentos líquidos e ácidos do estômago para o esôfago. Tudo acontece porque o esfíncter (válvula na divisa entre o esôfago e estômago) relaxa, permitindo que a comida retorne. Queimação, gosto ruim na boca, regurgitação, dor torácica, vômitos, náuseas, azia, aftas e tosse crônica são alguns dos desconfortos causados pela doença, que nos casos mais graves pode evoluir para anemia e hemorragia digestiva. A causa do mau funcionamento do esfíncter e refluxo incluem os maus hábitos na rotina: consumo de álcool e tabaco, dieta gordurosa e sedentarismo — fatores que levam à obesidade. “Outra causalidade é a presença de hérnia de hiato, que dificulta o fechamento do esfíncter, facilitando a saída do conteúdo ácido para o esôfago”, explica Cícero Dantas, gastroenterologista do Hospital Santa Lúcia.
Estima-se que, nos dias de hoje, 45% da população relate um episódio de refluxo por mês e 5% a 10% façam referência diária ao problema. O diagnóstico inicial é feito por exames de phmetria e impedanciometria — mede a acidez e apura a intensidade dos refluxos, respectivamente — e endoscopia digestiva, que avalia se há irritação no esôfago. “A ausência de alterações endoscópicas não exclui a doença”, esclarece o gastroenterologista.
O tratamento clínico tem duas vertentes: medicamentos que controlam a acidez no estômago e adoção de um estilo de vida mais saudável. Pacientes que não respondem às terapêuticas podem realizar cirurgia como forma de recobrar a pressão do esfíncter. “A videolaparoscopia, procedimento minimamente invasivo, tem resultados muito bons e facilita a recuperação”, finaliza o médico.