Queda nos índices de vacinação abre portas para volta e aumento de casos de doenças
As vacinas salvam vidas e ajudam a eliminar doenças que já causaram muitas vítimas no passado, como varíola e poliomielite. Todavia, as baixas taxas de vacinação registradas nos últimos anos no Brasil mostram que ainda há muito a se esclarecer sobre as vantagens da imunização para a saúde.
Números do Programa Nacional de Imunização mostram que o governo tem tido cada vez mais dificuldade em bater a meta de vacinar a maior parte da população. Até outubro de 2018, entre as vacinas com menor cobertura estavam a primeira dose da tetraviral, que protege contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela, com 53,5%; a dose contra a hepatite A, com 57,1%; e a pentavalente, que protege contra coqueluche, difteria, tétano, meningite e hepatite B, com 59,6%.
Atualmente, o país enfrenta dois surtos de sarampo: no Amazonas e em Roraima. Esses dois estados e o Pará registraram óbitos provocados pela doença. Segundo o Ministério da Saúde, desde o início de 2018 até 8 de janeiro deste ano foram confirmados 10.274 casos no Brasil.
Mas, afinal, o que é verdade e o que é fake new quando se trata de vacinação? O Blog da Saúde, alimentado pelo Ministério da Saúde, listou 10 mitos sobre a imunização, que reproduzimos aqui parcialmente. Confira:
1) MITO: Uma melhor higiene e saneamento farão as doenças desaparecerem – vacinas não são necessárias.
VERDADE: As doenças que podem ser prevenidas por vacinas retornarão caso os programas de imunização sejam interrompidos.
2) MITO: As vacinas têm vários efeitos colaterais prejudiciais e de longo prazo que ainda são desconhecidos. A vacinação pode ser até fatal.
VERDADE: As vacinas são muito seguras. A maioria das reações são geralmente pequenas e temporárias, como um braço dolorido ou uma febre ligeira.
3) MITO: A vacina combinada contra difteria, tétano e coqueluche e a vacina contra a poliomielite causam a síndrome da morte súbita infantil.
VERDADE: Não há relação causal entre a administração de vacinas e a síndrome da morte súbita infantil, também conhecida como síndrome da morte súbita do lactente.
4) MITO: As doenças evitáveis por vacinas estão quase erradicadas em meu país, por isso não há razão para me vacinar.
VERDADE: Embora as doenças evitáveis por vacinação tenham se tornado raras em muitos países, os agentes infecciosos que as causam continuam a circular em algumas partes do mundo. Em um mundo altamente interligado, esses agentes podem atravessar fronteiras geográficas e infectar qualquer pessoa que não esteja protegida.
5) MITO: Doenças infantis evitáveis por vacinas são apenas infelizes fatos da vida.
VERDADE: As doenças evitáveis por vacinas não têm que ser “fatos da vida”. Não vacinar as crianças faz com que elas fiquem desnecessariamente vulneráveis.
6) MITO: Aplicar mais de uma vacina ao mesmo tempo em uma criança pode aumentar o risco de eventos adversos prejudiciais que podem sobrecarregar seu sistema imunológico.
VERDADE: Evidências científicas mostram que aplicar várias vacinas ao mesmo tempo não causa aumento de eventos adversos sobre o sistema imunológico das crianças.
7) MITO: A influenza é apenas um incômodo e a vacina para a doença não é muito eficaz.
VERDADE: A influenza é muito mais que um incômodo. É uma doença grave que mata de 300 mil a 500 mil pessoas a cada ano em todo o mundo. A maioria das vacinas contra a influenza oferece imunidade às três cepas mais prevalentes, que circulam em qualquer estação. É a melhor maneira de reduzir as chances de adquirir influenza grave e de espalhá-la para outras pessoas.
8) MITO: É melhor ser imunizado por meio da doença do que por meio de vacinas.
VERDADE: As vacinas interagem com o sistema imunológico para produzir uma resposta semelhante àquela produzida pela infecção natural, mas não causam a doença ou colocam a pessoa imunizada em risco de possíveis complicações.
9) MITO: As vacinas contêm mercúrio, que é perigoso.
VERDADE: O tiomersal é um composto orgânico, que contém mercúrio, adicionado a algumas vacinas como conservante. Mas não existe evidência que sugira que a quantidade de tiomersal utilizada nas vacinas represente um risco para a saúde.
10) MITO: Vacinas causam autismo.
VERDADE: Um estudo apresentado em 1998, que levantou preocupações sobre uma possível relação entre a vacina contra o sarampo, a caxumba e a rubéola e o autismo, foi posteriormente considerado seriamente falho e o artigo foi retirado pela revista que o publicou. Não há evidência de uma ligação entre essa vacina e o autismo ou transtornos autistas.