Que consequências o consumo de álcool traz à saúde?
Encontrar os amigos para tomar umas cervejas, degustar aquele drink feito com vodca, tomar uma dose de whisky ou jantar com um bom vinho são hábitos comuns na nossa convivência social. Mas, ainda que seja agradável sob esse ponto de vista, a ingestão de álcool faz bem?
A resposta é não. Fisiologicamente, a substância não tem relevância alguma, não oferece nenhum tipo de nutriente e não traz nenhum benefício para o organismo, onde é metabolizado principalmente pelo fígado. Quando sobrecarregado, o órgão pode sofrer bastante com doenças como a esteatose e a cirrose hepática, consequências comuns do consumo exagerado de bebidas.
“O álcool nos faz mal logo que iniciamos sua ingesta excessiva. Daí em diante, só colheremos consequências ruins”, enfatiza o coordenador da Clínica Médica do Hospital Santa Lúcia, Marcos Pontes.
A substância é uma droga com alto potencial para causar dependência química e muitas doenças. Além dos problemas no fígado, ele contribui para o surgimento de cânceres como os de trato gastrointestinal, fígado e pâncreas, doenças gastrointestinais como gastrites, úlceras e pancreatite e transtornos mentais como a demência.
O abuso do álcool está também associado a vários outros problemas, como elevação do risco de acidentes domésticos e de trânsito, aumento da agressividade e piora da qualidade de vida. Quem apresenta propensão ao vício ou problemas de saúde como hipertensão, gastrite, doenças psiquiátricas e outras deve retirar a substância de sua vida.
O QUE ACONTECE NO ORGANISMO – Em curto prazo, o consumo de bebidas alcoólicas provoca uma intoxicação aguda e sistêmica, causando os sintomas responsáveis pela famosa ressaca, como desidratação, cansaço e dores de cabeça.
Em médio e longo prazos, o uso da substância pode provocar dependência química e outras doenças que irão causar lesões hepáticas, pancreáticas e neurológicas.
QUANDO FICAR ALERTA – Quando o consumo de bebidas alcoólicas se torna mais perigoso? De acordo com o médico Marcos Pontes, quando excede até duas doses padrão para mulheres e três para homens. Uma dose padrão de álcool equivale a um copo de cerveja (330 mL), 100 mL de vinho ou 30 mL de bebidas destiladas, como vodca.
Isso é bem menos do que a maioria das pessoas que bebem costuma ingerir em bares e restaurantes. “Se o consumo ultrapassa esses limites, se ele é diário e se prejudica os relacionamentos e o trabalho, por exemplo, é preciso estar alerta e procurar ajuda”, explica.
“O alcoolismo é uma doença e, como todas as outras, necessita de acompanhamento multiprofissional. Portanto, é necessário procurar ajuda médica para receber a devida orientação sobre o caminho a seguir”, reforça.