Proteja a pele das crianças e aproveite o verão com saúde
A pele das crianças merece cuidados especiais desde o primeiro dia de vida. No verão, com o aumento das temperaturas e da incidência dos raios ultravioleta, esses cuidados devem ser redobrados. Para auxiliar pais e responsáveis a cuidarem bem da saúde dermatológica dos pequenos, conversamos com a dermatologista do Santa Lúcia, Natália Medeiros, que explicou tudo sobre o assunto.
1 – A partir de que idade a criança pode usar protetor solar? Qual a recomendação antes dessa idade?
A partir dos 6 meses já é possível aplicar protetores solares em crianças. Antes disso, elas não devem ser diretamente expostas ao sol por mais do que 20 minutos.
2 – E após os 6 meses, o que é recomendável?
Após essa idade as exposições solares devem ocorrer em horários apropriados – até as 10h e após as 16h – durante um curto período de tempo e sempre com o uso de protetor. Entre 6 meses e 2 anos de idade, a recomendação é usar um protetor solar com filtro físico, que é mais seguro nessa faixa etária. Após os 2 anos, podem ser utilizados protetores solares c
om filtros físico e químico. O fator de proteção solar 30 deve ser o mínimo e o protetor solar deve ser aplicado de 20 a 30 minutos antes da exposição solar.
3 – O que os pais e responsáveis devem considerar na hora de escolher um protetor solar para suas crianças?
Recomendo darem preferência a fórmulas hipoalergênicas e resistentes à água, o que permite a proteção da pele de forma segura e em qualquer situação. Também deve-se estar atento ao fator de proteção. Recomendo o FPS 50.
4 – Que características o produto deve obrigatoriamente apresentar? As crianças também devem usar protetores solares todos os dias, independente de irem ou não à praia ou piscina?
É fundamental que o produto apresente fator de proteção tanto contra a radiação UVB quanto para a UVA. Já sobre o uso contínuo, a resposta é sim. Como o dano causado pela radiação solar é cumulativo, quanto mais cedo se instituir o hábito de usar o protetor solar, maior o benefício. Inspire hábitos saudáveis no seu filho da melhor forma: sendo seu exemplo diário. A infância é a fase em que o indivíduo está em formação, e o hábito do uso de protetor solar desde esta fase trará o benefício da redução do fotoenvelhecimento e da probabilidade do surgimento de câncer de pele no decorrer dos anos.
5 – Qual o tempo ideal de reposição do protetor? Além do protetor solar, que cuidados tomar?
Em ambientes abertos, o protetor deve ser reaplicado a cada 2 ou 3 horas. E, além dele, devem ser utilizados fatores de proteção mecânicos, como sombrinhas, chapéus, roupas e óculos escuros com proteção ultravioleta.
6 – O que pais e responsáveis devem fazer caso esqueçam de passar protetor e a criança fique queimada demais?
O primeiro cuidado é afastar a criança do sol até que ocorra a recuperação completa da pele. Nas queimaduras de primeiro grau, podem ser utilizados cremes hidratantes com substâncias calmantes, água termal e até corticoides tópicos. Atenção para o banho, que deverá ser morno, e é importante lembrar de aumentar a ingestão de água para evitar a desidratação. Em caso de necessidade de controle de dor, o ideal é procurar atendimento médico. Se o caso for de queimadura de segundo grau, com surgimento de bolhas, um especialista deverá ser procurado para avaliar o melhor tratamento.
7 – Como reconhecer sinais de insolação? O que fazer nesses casos?
Os sinais e sintomas da insolação incluem tontura, sensação de desmaio, febre, tremores, náuseas e vômitos. Em casos mais graves, pode evoluir com desmaios, sendo necessário procurar atendimento emergencial. Esse quadro está muito correlacionado à desidratação, então é imprescindível a ingestão de água e remoção do paciente para ambiente fresco.