Por que o consumo excessivo de álcool pode levar ao desenvolvimento de cirrose hepática?
No Brasil, mais de 12 mil pessoas são vítimas de cirrose hepática por ano. A possibilidade de o álcool causar esse problema é determinada pela intensidade e tempo de uso dessa substância. A predisposição genética a outros fatores — como diabetes, obesidade e distúrbio do colesterol — são também condicionantes da doença. A cirrose ocorre quando há morte de células associada à formação de tecido fibroso no fígado. Inicialmente, a parte saudável do órgão consegue se regenerar; porém, com o tempo, ela perde essa capacidade e deixa de funcionar, situação que reduz o processamento de nutrientes, hormônios, drogas e toxinas pelo organismo. Há outras causas para a cirrose hepática, por exemplo, vírus, doenças metabólicas e intoxicações provocadas pelo consumo de drogas. Contudo, o uso de álcool ainda é o fator mais comum. Apesar de 40% dos pacientes serem assintomáticos, a cirrose pode causar fadiga ou alterações nos exames de sangue, como a queda da albumina. O exame clínico, de sangue, imagem, endoscopia e biópsia hepática ajudam no fechamento do diagnóstico. Com a evolução do quadro, aparecem hemorragias, icterícia (amarelão), ascite (barriga d’água), desnutrição e o surgimento de perfil neurológico que varia entre a dificuldade de atenção até o coma.
Dr. Cícero Dantas – CRM-DF 8121
Diretor-Técnico do Hospital Santa Lúcia
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