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20 de April de 2017

PET-CT aumenta precisão do diagnóstico e orienta tratamento de pacientes com câncer

O diagnóstico preciso e o conhecimento da extensão do câncer no organismo são fundamentais para planejar o melhor e mais eficaz tratamento possível. Atualmente, o PET-CT oncológico (tomografia computadorizada por emissão de pósitrons associada à tomografia computadorizada) é uma das mais modernas e avançadas ferramentas disponíveis para a obtenção desse conjunto de informações que serão essenciais à vida do paciente.

 

“O PET-CT é utilizado principalmente em pacientes que têm um câncer conhecido, para saber onde o tumor está localizado e qual a real situação da doença no organismo (estadiamento), ou ainda para avaliar a resposta ao tratamento. Em algumas situações, também pode ser utilizado para identificar um tumor desconhecido”, explica Karina Mosci, médica especialista em Medicina Nuclear e Imagem Molecular do Hospital Santa Lúcia.

 

De acordo com ela, trabalhos científicos têm demonstrado a superioridade do PET-CT em relação a métodos convencionais, como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética, no estadiamento e na avaliação de resposta ao tratamento do câncer. “Isso ocorre porque, ao utilizar uma molécula de glicose marcada radioativamente, o PET é capaz de detectar alterações que acontecem a nível molecular, antes mesmo que tenham ocorrido alterações no formato ou no tamanho de um órgão afetado”, detalha a especialista.

 

Para o oncologista do Hospital Santa Lúcia, Eduardo Vissotto, o PET-CT é o exame que fornece mais informações no estadiamento do câncer porque envolve o corpo inteiro e une a avaliação anatômica (pela tomografia) à metabólica (pelo PET).

 

“Isso é fundamental para definir se o câncer é localizado, localmente avançado ou disseminado e, assim, definir qual a principal modalidade terapêutica a ser utilizada: cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou a associação das duas”, ressalta o médico. “O PET-CT é, certamente, mais preciso que outros exames para o estadiamento de cânceres como linfomas, tumores de pulmão, esôfago e melanoma”, acrescenta.

 

COMO FUNCIONA – O PET-CT é um dos mais avançados exames de imagem, fornecendo informações moleculares e anatômicas ao mesmo tempo. Ele utiliza a glicose marcada com um átomo de flúor radioativo para detectar os tumores, que normalmente tentam se multiplicar e espalhar pelo organismo.

 

O tumor precisa de energia para crescer, e uma das formas de obtenção dessa energia é a glicose. “Por isso, ao marcarmos uma molécula de glicose com um átomo radioativo, podemos mapear o organismo e identificar onde existe o tumor”, esclarece a médica Karina Mosci.

 

A realização do exame é indolor e dura cerca de duas horas. Depois de ter seu índice glicêmico verificado — que deve estar adequado —, o paciente recebe a injeção endovenosa da glicose marcada radioativamente. Após um repouso de 60 minutos, necessário para a concentração do radiofármaco no organismo, é feita a aquisição das imagens, processo que dura cerca de 20 minutos. Os resultados são liberados em até 48 horas.