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23 de January de 2020

Pesquisa indica que é preciso aumentar controle do colesterol a partir dos 25 anos

A partir dos 25 anos de idade, é preciso aumentar a vigilância dos níveis de colesterol no organismo. É o que indica uma pesquisa publicada no periódico científico The Lancet, um dos mais importantes do mundo. Segundo os pesquisadores, a partir dessa fase da vida é possível prever risco aumentado de problemas cardiovasculares.

Ao analisar dados de mais de 400 mil pessoas, de 19 países, os cientistas verificaram uma forte ligação entre os níveis de colesterol ruim e o risco de problemas como infarto e AVC do início da vida adulta até os 40 anos seguintes ou mais. A estimativa é feita associando informações sobre o gênero, o nível de colesterol ruim e outros fatores de risco como tabagismo e diabetes, altura, peso e pressão arterial.

Segundo o cardiologista do Hospital Santa Lúcia, Lázaro Miranda, as alterações nos níveis de colesterol, especialmente o chamado colesterol ruim (LDL), são a segunda causa mais importante para o desenvolvimento de graves doenças cardiovasculares — como a doença arterial coronariana, que pode levar ao infarto agudo do miocárdio e morte. O primeiro lugar é ocupado pela hipertensão arterial.

Isso ocorre porque, quando elevado, o LDL provoca o acúmulo de gordura nas paredes das artérias (aterosclerose), o que pode levar ao seu entupimento. Se o colesterol bom (HDL) estiver em níveis inferiores aos desejáveis, esse risco é ainda maior. Por isso, é fundamental monitorar essas taxas com exames clínicos e laboratoriais, explica.

“Em pacientes com histórico familiar da doença, a primeira dosagem de colesterol deve ser realizada já ao nascimento. Por causa dos vícios alimentares (gorduras, industrializados, embutidos) e dos crescentes índices de obesidade modernos, é preciso avaliar o adolescente ou adulto jovem sempre que a condição clínica for sugestiva. Já a partir dos 35 anos, a dosagem anual é recomendada, mesmo na ausência clínica de doenças”, ressalta o especialista.

Em crianças e jovens de 2 a 19 anos, o ideal é manter os níveis de HDL maiores que 45 mg/dl e os de LDL menores que 100 mg/dl. A partir dos 20 anos de idade, homens devem manter seu HDL acima de 40 mg/dl e mulheres acima de 50 mg/dl, enquanto o LDL para ambos os sexos deve ser inferior a 130 mg/dl. Esses mesmos índices valem para idosos a partir de 60 anos.

PREVENÇÃO E TRATAMENTO – A prática regular de atividades físicas durante toda a vida e a manutenção de uma dieta equilibrada e o mais natural possível, incluindo cereais, verduras, legumes e carnes magras (sem a pele) e sem frituras, embutidos e gorduras visíveis (como as da picanha, por exemplo), são atitudes essenciais para manter o colesterol em níveis saudáveis.

Também é importante evitar a obesidade, atividades e ambientes estressantes e a ingestão excessiva de bebidas alcoólicas, manter sob controle doenças como o hipotireoidismo, alcoolismo e problemas renais e do fígado, além de tratamentos com uso de corticoides e diuréticos. “Mesmo associado a essas mudanças comportamentais, poderá ser necessário fazer uso de estatinas e outros medicamentos”, reforça Miranda.

ATENDIMENTO INTEGRAL – De acordo com o especialista, o Hospital Santa Lúcia está preparado para diagnosticar e tratar pacientes com colesterol elevado e, para isso, conta com uma equipe de profissionais e aparato tecnológico permanentemente atualizados. “Também desenvolvemos pesquisas na área de lipídios, o que nos equipara aos centros mais desenvolvidos do país”, destaca.

Caso o paciente com colesterol elevado apresente síndrome isquêmica aguda, como infarto agudo do miocárdio ou angina instável, ele será prontamente atendido por cardiologistas experientes na Unidade de Dor Torácica. Se necessário, ele será rapidamente encaminhado ao moderno setor de Hemodinâmica 24 horas, onde poderá ser submetido a intervenções emergenciais com o uso do equipamento GE Innova Biplane, um dos mais modernos do Brasil, e à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Coronariana para o prosseguimento do tratamento clínico cardiológico.