Linfoma, o câncer que ataca as células de defesa do organismo
Para manter-se saudável, o corpo precisa não apenas estar em pleno funcionamento, mas também defender-se de ataques. Este é o papel dos linfócitos, os glóbulos brancos do sangue responsáveis por defender o organismo contra vírus, bactérias e outros perigos.
Mas o que acontece quando essas células adoecem e começam a se reproduzir de maneira descontrolada? Elas se tornam malignas e provocam o linfoma, tipo de câncer hematológico (no sangue ou nos linfonodos) que derruba as defesas do corpo e abre espaço para novas doenças se instalem.
Os linfomas podem ser divididos em dois tipos: Linfoma de Hodgkin (LH), mais comum entre adolescentes e adultos e responsável por cerca de 20% dos casos, e Linfoma não-Hodgkin (LNH), subdvidido em mais de 20 subtipos e responsável por 80% das ocorrências.
Os sintomas de ambos os tipos podem incluir febre, suor noturno, tosse, dificuldade para respirar e aumento do baço. No caso do Linfoma de Hodgkin, podem ocorrer ainda perda de peso sem motivo aparente e coceiras na pele.
“Já no Linfoma não-Hodgkin é comum também a ocorrência de caroços ou ínguas sem dor na região do pescoço, virilha e axilas, fadiga sem razão aparente, perda repentina de peso e aumento do volume no tórax e abdome”, explica o médico onco-hematologista do Hospital Santa Lúcia, Breno Gusmão.
DIAGNÓSTICO – Enquanto alguns LNH são considerados indolentes – ou seja, se desenvolvem ao longo dos anos, com um crescimento lento e até mesmo sem apresentar a necessidade de iniciar o tratamento –, os do tipo agressivo têm um crescimento acelerado e as células doentes podem dobrar de tamanho em semanas.
Por este motivo, o diagnóstico deve ser rápido, para que o início do tratamento seja imediato. Se o paciente apresentar o aumento dos gânglios (carocinhos), o primeiro exame será físico e o médico irá apalpar a região.
“Mas para confirmar o linfoma, será necessária uma apuração mais aguçada com biópsia e exames de imagens como tomografia computadoriza, ressonância magnética e PET Scan para determinar a extensão e estágio da doença no organismo”, detalha o especialista.
Segundo Breno Gusmão, também é necessário realizar um hemograma completo para constatar alteração celular e biópsia da medula óssea, já que os caroços podem ocorrer em lugares imperceptíveis mesmo no exame de toque feito pelo médico.
TRATAMENTO – Em ambos os casos, LH ou LNH, o tratamento pode incluir sessões de quimio e radioterapia e transplante de medula autólogo, ou seja, quando o paciente tem suas células-tronco coletadas e congeladas para serem infundidas nele mesmo após o processo de quimioterapia.
Em alguns casos, chega a ser necessário a realização de transplante alogênico (células tronco de um doador compatível).