Gripe: quando você precisa se preocupar com ela
A campanha de vacinação contra a gripe acabou no dia 31 de maio tanto em nível nacional como no Distrito Federal, onde conseguiu imunizar quase 608 mil pessoas, ou 77% do público-alvo da ação. Mas a influenza, infecção viral aguda do sistema respiratório, continua circulando com elevado potencial de transmissão e altas taxas de hospitalização.
Em geral, os sintomas iniciais da doença incluem febre, dor muscular e tosse seca. Apesar de comumente ter evolução por período limitado (de um a quatro dias), ela pode apresentar forma grave e até matar, especialmente pessoas dos grupos mais vulneráveis: idosos, crianças, gestantes e indivíduos com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, ou imunodeficiência.
Segundo o infectologista do Hospital Santa Lúcia, Werciley Júnior, circulam no Brasil três tipos de vírus influenza: A, B e C. Este último causa apenas infecções respiratórias brandas. Já os vírus A e B são responsáveis por epidemias sazonais, sendo a influenza A causadora de grandes pandemias (A/H1N1pdm09 e A/H3N2).
A vacina contra gripe ofertada no Sistema Único de Saúde protege contra os três tipos de vírus e sua eficácia é de 50 a 85%. A resposta na produção de anticorpos após a vacinação depende de vários fatores, incluindo a idade, exposição prévia e subsequente aos antígenos e a presença de condições que alteram a resposta imunológica do indivíduo.
“Na síndrome respiratória aguda grave, pessoas de qualquer idade podem ser internadas com febre, tosse, cansaço e dificuldade para respirar, acompanhados ou não de sintomas como o aumento da frequência respiratória e pressão baixa. Em crianças, é preciso observar também o batimentos de asa de nariz, cianose (coloração azul-arroxeada da pele, embaixo das unhas ou nas mucosas), desidratação e ausência de apetite”, detalha o especialista.
De acordo com ele, casos leves de gripe necessitam de repouso domiciliar. Porém se houver sintomas de síndrome grave, é preciso procurar um serviço hospitalar. “O diagnóstico precoce permite o uso rápido de tratamentos específicos. Em pacientes hospitalizados, os estudos mostram algum benefício na redução da mortalidade quando iniciado o tratamento em até 96 horas”, reforça.
PREVENÇÃO E TRATAMENTO – Além da vacinação, que pode ser realizada em unidades privadas de saúde, a influenza pode ser evitada com a manutenção de boas práticas de higiene, como lavar as mãos com água e sabão ou usar álcool em gel a 70%; evitar manipular lenços ou objetos usados por uma pessoa doente; utilizar lenço descartável ao espirrar, tossir ou falar e jogá-lo no lixo após o uso; permanecer em casa quando doente; e usar máscara cirúrgica durante o deslocamento até o serviço médico quando apresentar sinais da infecção.
Pacientes com sintomas leves podem usar antitérmicos em casa e alimentar-se de forma habitual. Caso apresente sinais de piora clínica, como febre persistente, associados a dificuldade respiratória, é preciso ir a um hospital e iniciar uso de antiviral.
SAIBA MAIS – Conheça a verdade sobre algumas das principais informações que circulam na sociedade sobre a influenza.
a) O vírus da influenza não é transmitido pela comida, ou seja, ninguém adquire gripe ingerindo ou preparando carne de porco ou de aves.
b) A vacina para influenza pode interferir na resposta a alguns testes laboratoriais para vírus, como HIV-1, vírus da hepatite C e HTLV-1. A recomendação é realizar testes específicos para esses vírus em pacientes que tenham tomado a vacina, caso algum dos exames apresente resultados alterados.
c) O uso contínuo de vitamina C pode ajudar o sistema imune e diminuir a chance de apresentar quadro gripais.