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23 de April de 2019

Embolização das artérias prostáticas é chave no tratamento de hiperplasia benigna

Mesmo que recente, a técnica é considerada uma das que mais beneficia a qualidade de vida dos homens

A embolização das artérias prostáticas é uma técnica endovascular indicada para o tratamento da hiperplasia prostática benigna. Como um procedimento minimamente invasivo, ele possibilita total eficácia no combate à doença e conta com uma série de benefícios para a qualidade de vida do homem. Além de dispensar a necessidade de cirurgias grandes, não requer internação e cessa os sintomas urinários.

O tratamento da hiperplasia prostática benigna, ou da próstata aumentada, pode ser feito de várias formas. Inicialmente com medicamentos e também por meio de cirurgias com urologista, seja a ressecção completa da próstata, a cirurgia através do canal da próstata ou pela embolização das artérias prostáticas.

Segundo o cirurgião endovascular Gustavo Paludetto, a embolização consiste na parada da irrigação da próstata através de cateterismo, que pode ser feito por uma artéria no punho ou na virilha. Um pequeno cateter é navegado até as artérias prostáticas para promover a obstrução do fluxo. “Com isso, parte das células dessa glândula irão morrer, fazendo com que ela diminua de tamanho e murche, causando assim a melhora do sintoma”, explica o especialista.

Em contraponto às demais cirurgias da próstata, a embolização prostática apresenta um resultado clínico um pouco mais demorado. Nesse processo gradual, a melhora inicial acontece após 10 dias do procedimento, com pico a partir do 4º mês.

A doença – A hiperplasia benigna, popularmente conhecida como próstata crescida, faz parte do envelhecimento natural do homem e, ao contrário do que muitos pensam, não se transforma em câncer de próstata. “Os sintomas acontecem porque a próstata, com o envelhecimento do homem, vai crescendo de tamanho e comprime a uretra, que é o canal que leva a urina da bexiga até a ponta do pênis”, afirma o cirurgião.

Com essa compressão, começa-se a dificuldade de esvaziamento da bexiga. Isso causa uma alteração significativa na qualidade de vida do homem, já que ele passa a ter dificuldade para começar e também parar de urinar, urina pouco e várias vezes ao dia. “Alguns pacientes chegam a acordar por volta de 5 ou 6 vezes durante a noite. Isso implica em uma qualidade muito ruim do sono e do descanso dessa pessoa”, destaca Gustavo Paludetto.

As vantagens da técnica – Além de ser um procedimento minimamente invasivo, sem necessidade de uma anestesia maior e sem cortes, a embolização das artérias prostáticas também não exige internação prolongada, possibilitando que muitos dos pacientes deixem o consultório no mesmo dia da cirurgia. A técnica promove um tratamento indolor e não requer repouso pós-operatório, onde o paciente após um dia já pode voltar para as suas atividades cotidianas.

A técnica permite aliviar o canal da uretra por onde passa a urina, fazendo com que o paciente consiga retomar a sua micção normal. “O procedimento também não interfere na função sexual do homem, não promove a ejaculação retrógada e não causa incontinência urinária importante”, pontua o especialista.