Cigarros eletrônicos não são seguros como alternativa ao cigarro tradicional
Modernos, tecnológicos e com design atrativo, os cigarros eletrônicos (vapers, e-cigarette, eCiggy, e-cigar e caneta a vapor) têm sido utilizados por fumantes como alternativa menos prejudicial à saúde e conquistado um novo público de jovens que ainda não fumavam. Todavia, segundo a ciência, ainda não há pesquisas conclusivas sobre a redução de danos e o governo brasileiro proíbe sua comercialização.
Enquanto para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não há como comprovar a segurança na utilização dos cigarros eletrônicos, estudos em todo o mundo apontam que os dispositivos e suas essências podem afetar negativamente os pulmões e o coração e também a bexiga e o estômago.
Para o médico pneumologista do Hospital Santa Lúcia, Vinícius Murad, a novidade é um grande atrativo, mas não pode se sobrepor ao cuidado com a saúde. “As cigarreiras eletrônicas e os vapers chamam a atenção e, como modismo, vêm atraindo os jovens. São dispositivos bonitos, mas isso não elimina o fato de que substâncias prejudiciais à saúde estão sendo inaladas e, junto com elas, a nicotina”, alerta.
O Brasil é, segundo ranking publicado pela revista científica britânica The Lancet, o 8º país do mundo com maior número absoluto de fumantes, com 17,2 milhões de pessoas, mesmo com uma queda acentuada do número de tabagistas entre os anos de 1990 e 2015. Neste período, passou de 29% para 12% o percentual de homens e de 19% para 8% o de mulheres que fumam diariamente.
“Apesar dessa redução, a entrada nos vaporizadores na rotina das pessoas ajuda a perpetuar o vício. Um agravante é o fato de que, como o uso desses dispositivos não é autorizado no Brasil, a maioria das essências também é ilegalmente adquirida, ou seja, é misturada. Você realmente não sabe o efeito específico do que está consumindo”, ressalta o especialista. “Por isso, a recomendação é realmente não utilizá-los”, acrescenta.
O cigarro eletrônico – O dispositivo eletrônico para fumar (DEF) é um aparelho alimentado por bateria de lítio recarregável onde é possível inserir essências (inclusive saborizadas), que são aspiradas pelos seus usuários.