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05 de July de 2014

Avanços na radiologia cardiovascular permitem diagnóstico rápido, preciso e não invasivo

No diagnóstico de doenças cardiovasculares, a importância dos exames de imagem tem aumentado significativamente nos últimos anos. A radiologia cardiovascular tem se destacado por oferecer métodos menos invasivos e mais precisos de avaliação. “Com avanços tecnológicos permanentes, os exames de imagem contribuem para um diagnóstico mais detalhado da situação do músculo cardíaco, do bombeamento de sangue e dos vasos sanguíneos, além da avaliação precisa do risco de infarto. Isso é fundamental para a escolha do melhor tratamento em cada caso, bem como permite uma intervenção preventiva de maior sucesso”, explica o coordenador do serviço de radiologia cardiovascular do Hospital Santa Lúcia, Dr. Ricardo Loureiro. Além das tradicionais ecocardiografia e angiografia coronária com cateteres (ou cateterismo), tem aumentado a utilização de exames como a angiotomografia computadorizada (ATC) das artérias coronárias e a ressonância magnética cardíaca, que utilizam tecnologias modernas e oferecem mais conforto e menor risco ao paciente.

 

 

A escolha do melhor método de exame de imagem para avaliação do coração e dos vasos sanguíneos depende da condição específica do paciente — avaliada primeiramente por anamnese, medição da pressão arterial, eletrocardiograma, testes de esforço e análise de algumas enzimas no sangue — e da disponibilidade das tecnologias mais avançadas. O Santa Lúcia conta com aparelhos sofisticados, como a tomografia computadorizada multislice de 64 detectores e a ressonância magnética de alto campo, que permitem a realização da angiografia por tomografia computadorizada e da ressonância magnética cardíaca e contribuem para que o serviço cardiológico da entidade seja referência no Distrito Federal.

 

 

A ATC é, atualmente, a alternativa de maior conforto e também a menos invasiva para avaliação de artérias cardíacas e risco de infarto, segundo o Dr. Ricardo Loureiro. “A qualidade da imagem é excelente e o exame é muito rápido, com apenas 10 minutos de duração”, ressalta. Ela é utilizada não só no diagnóstico de doenças cardiovasculares, mas também no monitoramento de pacientes que passaram por implantes de stents e revascularizações.

 

 

Por sua rapidez, esse exame também pode ser utilizado quando o paciente chega ao pronto socorro com dor torácica de menor gravidade. “Nesses casos, é importante identificar rapidamente a origem da dor, e a angiografia por TC mostra com altíssima precisão se o problema é cardíaco ou não”, diz o coordenador. O principal avanço trazido por esse exame, de acordo com ele, foi permitir a intervenção preventiva em pacientes com dor torácica que ainda não tinham quadro de infarto. “Antes da existência dessas tecnologias, era comum o paciente receber alta do pronto socorro e retornar pouco tempo depois, já enfartando e em situação bem mais grave”, conta.

 

 

Outro exame cardíaco que também utiliza a tecnologia da tomografia computadorizada é o escore de cálcio (EC). Embora não identifique obstruções, ele avalia a quantidade de cálcio nas artérias do coração, que tem relação direta com a presença e a extensão da doença arterial coronariana. Pacientes com escore de cálcio alto apresentam maior risco de eventos como infarto do miocárdio. O EC pode, inclusive, ser realizado junto com a angiografia por tomografia computadorizada.

 

 

A ressonância magnética cardíaca, por sua vez, tem capacidade de avaliar precisamente a anatomia do coração, o bombeamento do sangue, a irrigação sanguínea e a fibrose miocárdica. “A maior vantagem é a não utilização de radiação ionizante e de contrastes nefrotóxicos, além de também não ser invasivo”, destaca Ricardo Loureiro. O contraste usado no exame é à base de gadolínio, que apresenta taxa de complicações graves inferior a 0,01%. O exame pode durar de 30 minutos até uma hora e é muito utilizado na avaliação de insuficiência cardíaca e acompanhamento de pacientes pós-infarto.

 

 

Exames tradicionais — Entre os exames de radiologia cardiovascular mais tradicionais está a angiografia coronária com cateteres, conhecida como cateterismo cardíaco. Trata-se de um exame radiográfico dos vasos sanguíneos ou das câmaras cardíacas realizado de forma invasiva, com a inserção de um cateter pela região superior da coxa ou pelo braço. Durante um longo tempo, esse exame era o único meio de visualizar as artérias coronárias ao vivo. Ele tem a vantagem de possibilitar intervenção imediata, quando necessário.

 

 

No cateterismo, após a inserção do cateter, a ponta do tubo é posicionada no coração ou na entrada das artérias que suprem o órgão; em seguida, injeta-se um meio de contraste. Esse fluido é visível por radiografia, e as imagens obtidas revelam se há lesões e qual a sua extensão. Dependendo daquilo que for revelado, podem ser realizados procedimentos adicionais, como a angioplastia com balão ou a colocação de stent, imediatamente após a abertura de uma artéria estreitada.

 

 

A ecocardiografia, outro exame tradicional da radiologia cardiovascular, avalia a estrutura e o funcionamento do coração por meio de ultrassom. Ela é empregada na avaliação e acompanhamento de pacientes com sopro cardíaco, sintomas de palpitação, síncope, falta de ar, dor torácica ou portadores de doenças cardíacas. A ecocardiografia apresenta imagens estáticas e em movimento do músculo e das válvulas cardíacas. Além disso, por meio do uso de Doppler colorido é possível identificar a direção e velocidade do fluxo sanguíneo no interior das cavidades cardíacas.