Estômago
Depois do câncer de cólon e de reto, o câncer gástrico — ou de estômago — é o tumor do trato gastrintestinal mais frequente no Brasil. No entanto, sua incidência vem caindo nas últimas décadas, talvez pela melhora das condições de preparo e armazenamento dos alimentos. A incidência nos homens é 1,5 vez maior do que nas mulheres. A faixa etária mais atingida é a que vai dos 50 aos 70 anos de idade e aproximadamente dois terços dos casos ocorrem acima dos 65 anos. Anualmente, estima-se que 22.220 pessoas são diagnosticadas nos Estados Unidos, com mortalidade estimada em 10.990 pacientes no mesmo período.
Quais são as principais causas e fatores de risco deste tipo de câncer?
Os fatores de risco para o câncer de estômago incluem dieta rica em sal (incluindo alimentos conservados com a substância) e comidas processadas (pelo aumento da ingestão de compostos nitrosos), além de tabagismo e obesidade. Outros fatores de risco incluem infecção pela bactéria Helicobacter pylori e o vírus Epstein-Barr, gastrite crônica, pólipos gástricos, anemia perniciosa e cirurgia prévia para úlcera gástrica. Fatores familiares e genéticos também contribuem para o desenvolvimento do câncer de estômago.
Quais são os subtipos deste câncer?
Os tumores do estômago se apresentam, predominantemente, em alguns tipos histológicos: adenocarcinoma (responsável por 95% dos tumores), linfoma (diagnosticado em cerca de 3% dos casos) e tumores mais raros, como leiomiossarcoma e os estromais gastrintestinais (GIST).
Adenocarcinoma: terceiro tumor maligno mais frequente no mundo depois do câncer de pulmão e de mama, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer. A sua incidência tem diminuído nos países ocidentais, mas continua como uma das causas principais de morte no mundo.
Linfoma: tipo de câncer que tem origem em linfonodos (gânglios) por todo o corpo, principalmente no timo, baço, amígdalas, medula óssea e tecidos linfáticos no intestino. Assim como outros tipos de linfoma, ele é dividido em subtipos complexos — entre linfoma de Hodgkin e linfoma não Hodgkin. O linfoma do estômago apresenta uma incidência baixa (3% dos cânceres do estômago), podendo ser dividido em dois tipos principais: linfoma gástrico MALT e linfoma difuso de grandes células B.
Leiomiossarcoma: um dos tumores da musculatura lisa do estômago, geralmente localizados em qualquer órgão. Sua incidência é baixa.
GIST: tumor raro, correspondendo a 1% de todos os cânceres do trato gastrintestinal (TGI). Ele surge nas células de Cajal, que compõem a musculatura do TGI. É mais comumente diagnosticados no estômago (60%) e no intestino delgado (30%). Tumor de crescimento lento, mas até metade dos casos apresentam ao diagnóstico.
Como é feito o seu diagnóstico?
Dor no abdômen, queimação gástrica (azia) e sensação de saciedade precoce são os sintomas mais comuns do câncer gástrico e merecem investigação adicional.
O principal exame para diagnosticar tumores malignos no estômago é a endoscopia digestiva alta, seguida de biópsia e exame anatomopatológico. Outros exames também são importantes para avaliar a extensão do tumor, como a ultrassonografia endoscópica, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética.
Quais são os principais tratamentos para a doença?
O tratamento do câncer gástrico depende da fase na qual a doença é diagnosticada (estadiamento), mas, em todos os casos, a abordagem multidisciplinar com a participação de cirurgião oncológico, oncologista clínico e radioterapeuta é fundamental. A depender do estágio da doença, ele pode ser tratado com cirurgia associada ou não à quimioterapia (administrada antes e depois da cirurgia ou somente após a cirurgia) e, em alguns casos, associação de quimioterapia e radioterapia após a cirurgia. Com a doença avançada, acometendo outros órgãos além do estômago, o principal tratamento é a quimioterapia sem benefício de ressecção do estômago.
O Hospital Santa Lúcia tem um excelente time de profissionais que realiza reuniões multidisciplinares para debater os casos, a fim de alcançar as melhores estratégias para cada paciente, buscando sempre um tratamento humanizado e individualizado. A instituição conta ainda com uma excelente equipe de Enfermagem, Nutrição, Fisioterapia, Odontologia e Psicologia para melhor atender as pacientes com câncer gástrico.