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07 de August de 2018

Variações bruscas de temperatura aumentam chances de sofrer AVC

Os homens têm um risco até 2,4 vezes maior e as mulheres até 2,8 vezes maior de sofrer um acidente vascular cerebral em temperaturas mais frias, segundo um estudo recentemente publicado pela Universidade de São Paulo. Esse risco é associado a fatores como o aumento da pressão arterial e a questões hormonais.

Segundo o neurologista do Hospital Santa Lúcia, Ivan Coelho Ferreira, apesar de existirem diversos trabalhos científicos sobre o assunto, ainda não há consenso sobre essa associação e os resultados dos estudos são contraditórios. “Assim, as variações bruscas de temperatura parecem realmente estar associadas a um aumento da incidência de AVCs, e não o inverno propriamente dito”.

Apesar de os AVCs mais comuns serem sempre os isquêmicos — quando um coágulo leva à obstrução de uma artéria cerebral e à falta sangue para determinada área (85% dos casos) —, em temperaturas frias ocorre um aumento da incidência dos AVCs hemorrágicos — quando ocorre a ruptura de uma artéria ou veia cerebral, provocando uma hemorragia.

“A prevenção vale para o ano todo e não só para quando o frio está presente. O controle da hipertensão arterial e do tabagismo, além de uma dieta balanceada e da realização de atividades físicas regulares são muito importantes. A hidratação adequada também parece ter um papel relevante”, revela o especialista.

SINTOMAS – O principal sintoma do AVC hemorrágico é uma dor de cabeça extremamente forte, de início súbito, a qual muitos pacientes chamarão de “a pior dor que já senti na vida”. A depender da localização e do tamanho da hemorragia, outros fatores podem se seguir, como fraqueza em um dos lados do corpo, dificuldade para falar, sonolência e crises convulsivas.

No caso do AVC isquêmico, em geral o paciente não sente dor de cabeça. Os sintomas mais importantes nesta situação são a fraqueza e/ ou dormência em um dos lados do corpo, desvio da boca para um dos lados, dificuldade para falar ou entender e falta de equilíbrio.

O QUE FAZER – Assim que identificar quaisquer dos sintomas mencionados, o paciente deve avisar a um amigo ou parente e ser levado imediatamente a uma emergência hospitalar especializada, como a do Hospital Santa Lúcia, recomenda o neurologista Ivan Ferreira.

“O AVC hemorrágico é extremamente grave, mas sabemos, que quanto mais rápido for feito o diagnóstico e tratamento, maiores são as chances de recuperação total do paciente. As primeiras 4h30 são fundamentais para o tratamento e a redução das possibilidades de sequela”, reforça.

ATENDIMENTO NO SANTA LÚCIA – O Santa Lúcia possui uma equipe disponível 24 horas para o tratamento do acidente vascular cerebral. A partir do momento em que o paciente chega ao hospital e a triagem identifica o caso como possível AVC, ele é atendido por um médico, que solicita os exames necessários ao diagnóstico preciso.

Neste processo, as equipes da Radiologia e Neurologia são acionadas e o paciente é submetido a exames de tomografia e/ou ressonância e, quando identificado o AVC, encaminhado para procedimentos emergenciais na Hemodinâmica ou Centro Cirúrgico, a depender do caso.