Vacina contra a febre amarela não deve ser aplicada em pacientes imunossuprimidos
A vacina contra a febre amarela é produzida a partir do vírus vivo atenuado da doença. Por isso, mesmo em indivíduos saudáveis existe uma pequena chance de desenvolvimento de reações adversas e, em raros casos, da doença. Já em pacientes imunossuprimidos, a manifestação dessas reações tende a ser mais comum e a vacinação não é recomendada.
Isso acontece porque, segundo o infectologista do Hospital Santa Lúcia Sul, Werciley Júnior, pacientes em vigência de imunossupressão, ou seja, com o sistema imunológico enfraquecido por causa de algum medicamento — o que pode ocorrer em indivíduos em tratamento contra o câncer, por exemplo —, a vacina contra a febre amarela pode induzir o desenvolvimento da doença.
Todavia, quando recomendada pelo médico, ela pode ser administrada e, caso haja reações sistêmicas como dor no corpo e febre, um especialista deve ser consultado imediatamente. “Nessa situação, há como minimizar os sintomas apresentados com o uso de substâncias como dipirona ou paracetamol”, informa.
REAÇÕES — Referências científicas apontam que apenas 1 em cada 400 mil indivíduos vacinados apresenta reações à vacina contra a febre amarela, como hipersensibilidade, ou ainda sinais e sintomas próprios da enfermidade, como febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza.
Para a oncologista do Hospital Santa Lúcia Sul, Cláudia Ottaiano, em pacientes com câncer o cuidado deve ser redobrado. “Seguir as orientações e restrições de intervalo entre as medicações oncológicas e aplicação da vacina é a melhor forma de minimizar efeitos colaterais indesejados”, afirma. “Se o paciente desenvolver a doença, os cuidados precisam ser ainda maiores, considerando a possibilidade de fragilidade prévia induzida pelo tumor”, destaca.
Desde abril de 2017 o Brasil adotou o esquema vacinal de apenas uma dose para toda a vida. A medida está de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e significa que, se o paciente oncológico já tiver sido vacinado no passado, não há necessidade de repetir a dose.