Terapia Nutricional é decisiva na recuperação de pacientes graves
Uma terapia nutricional adequada pode impactar positiva e diretamente o restabelecimento de pacientes graves internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Estudos têm demonstrado que a primeira semana da internação é decisiva e, para pacientes que não conseguem se alimentar pela via oral, o aporte calórico adequado por meio do acesso enteral ou parenteral melhora a eficácia do tratamento, principalmente quando iniciado até o terceiro dia da internação. Enquanto a dieta de nutrição enteral é introduzida no organismo por uma sonda cuja extremidade situa-se no estômago ou duodeno do paciente, a parenteral é instalada pela via intravenosa. Ambas permitem a ingestão controlada de nutrientes de forma segura, com índice reduzido de infecções. “A baixa ingestão de calorias durante a internação pode dificultar o prognóstico do paciente. Um déficit calórico acumulado de 10 mil Kcal durante uma internação aumenta em até 50% a incidência de complicações como infecções”, alerta Elber Rocha, médico intensivista do Hospital Santa Lúcia. Para evitar que isso aconteça, a integração dos profissionais da Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional (EMTN) e da UTI é fundamental. O trabalho inclui a coleta diária de sinais vitais e exames laboratoriais dos pacientes. Com os resultados em mãos, as equipes se reúnem para discutir cada caso e, em seguida, os médicos intensivista e nutrólogo definem a conduta a ser adotada para que a equipe de enfermagem instale e supervisione as alimentações. “A doença grave é intensa e interfere diretamente na reparação do organismo, que não consegue reconstruir tecidos danificados e responder do ponto de vista imunológico se não estiver adequadamente nutrido”, enfatiza o nutrólogo Denizard Ferreira, coordenador da EMTN do Hospital Santa Lúcia.