Sua Saúde Entrevista: Décio Wehbe
Governança Corporativa é o conjunto de processos, costumes, políticas, leis, regulamentos e instituições que determinam a maneira como uma empresa é dirigida, administrada ou controlada. Ela inclui também o estudo sobre as relações entre os diversos atores envolvidos nas atividades cotidianas da empresa e os objetivos pelos quais ela se orienta. Em um ambiente de saúde, esse conjunto envolve os interesses não apenas de acionistas e da alta administração de um hospital, mas também de médicos, colaboradores, fornecedores, planos de saúde, instituições reguladoras e, principalmente, dos pacientes. Assim, falar em governança corporativa em um consultório, clínica, instituição de saúde ou grupo de hospitais significa administrar os interesses de todos os envolvidos para prestar o melhor atendimento ao paciente, com rapidez, resolutividade, responsabilidade e sem desperdício de recursos. Com essa visão, o Grupo Santa – que reúne os hospitais Santa Lúcia, Santa Helena e Prontonorte, além do Hospital Maria Auxiliadora, no Gama, e duas clínicas de radiologia – vem realizando várias ações e projetos para otimizar sua gestão e atingir o grau de excelência em serviços de saúde. Nesta entrevista, Décio Wehbe, controller do Grupo, fala sobre como essas práticas têm sido implantadas.
1) Qual é o cenário atual do mercado médico-hospitalar no Brasil e no Distrito Federal?
O mercado de saúde suplementar está em pleno crescimento, marcado pela insuficiência da oferta de leitos públicos para suprir a necessidade de assistência da população. Do lado da demanda de planos de saúde, percebe-se uma queda em torno de 60% no número
de operadoras médico-hospitalares de planos privados no Brasil, entre 1999 e 2012, o que gera grandes desequilíbrios nas forças de mercado. Seu tamanho é dado principalmente pelos gastos das operadoras com a assistência médico-hospitalar que, no Brasil, chegou a cerca de R$ 69 bilhões em 2011, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O Distrito Federal corresponde aproximadamente a 2% deste total em termos de quantidade de beneficiários. Projetando-se o crescimento histórico em torno de 15% ao ano, estima-se que o mercado do Distrito Federal gere cerca de R$ 2 bilhões em gastos da saúde suplementar, conforme dados de 2013.
2) Qual é a posição do Grupo Santa neste mercado, considerando que ele tem algumas das unidades de saúde mais antigas do DF e uma marca já consolidada junto à população, e quais as perspectivas para os próximos cinco anos?
O Grupo Santa, hoje, representa em torno de 53% da oferta de leitos privados de internação no Distrito Federal. Com a expansão de
três dos quatro hospitais – Santa Lúcia, Santa Helena, Maria Auxiliadora e Prontonorte – e a reedificação de um hospital em Samambaia, o Grupo passará a oferecer 1,1 mil leitos privados, que corresponderão a 74% dos leitos de internação no mercado particular. Com esse crescimento operacional, o Grupo poderá entregar maior valor assistencial a toda a população do DF e se manter na liderança, além de gerar o resultado planejado para seus acionistas.
3) Qual é a visão do Grupo Santa em relação à Governança Corporativa?
No Grupo Santa, entendemos que a Governança da organização de uma sociedade anônima objetiva transparência nas regras que governam as relações dos altos executivos e sua conduta com os acionistas, os empregados, fornecedores, clientes e a sociedade. Isso faz
com que ela consiga entregar maior valor para população em termos de prestação de serviços em saúde.
4) Que projetos vêm sendo implantados nos hospitais do Grupo Santa para o desenvolvimento da Governança Corporativa?
Muitos projetos neste sentido foram implantados. Estabelecemos uma estrutura formal de gestão, separando áreas deliberativas de
acionistas e áreas de execução. Também implantamos o projeto da Central de Serviços Compartilhados, em que as áreas meio e a
alta gestão se organizaram para prestação comum e padronizada de serviços aos hospitais. Com isso, conseguimos otimizar serviços de
apoio e direcionar nosso foco para a área assistencial, de forma a entregar uma proposta de valor clara e objetiva à sociedade.