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15 de May de 2020

Sintomas gastrointestinais ocorrem em 45% dos pacientes com Covid-19

Falta de apetite, náusea, vômito e diarreia. Estudos desenvolvidos na China apontam que estes e outros sintomas gastrointestinais estão presentes em 45% dos pacientes diagnosticados com Covid-19. De forma mais rara, 5% dos casos, apenas estes tipos de sintoma são apresentados pelos infectados com o coronavírus.

Segundo o médico gastroenterologista do Hospital Santa Lúcia, Bernardo Martins de Oliveira, a presença desses e outros sintomas, como diminuição ou perda do paladar e do olfato, além de dores abdominais, água na barriga e inflamação no pâncreas e/ou fígado, são indicativos de que o quadro do paciente é mais grave.

“Enquanto a falta de apetite pode ser ocasionada pela inflamação aguda do organismo provocada pela Covid-19, náusea, vômito e diarreia ocorrem porque o coronavírus prefere atacar células que possuem um receptor de membrana chamado ECA2, que permite que o vírus entre nelas. E esse tipo de receptor está localizado em muitas células do trato digestivo (esôfago, estômago, intestino)”, explica o especialista.

De acordo com ele, o uso de medicamentos para tratar outros sintomas da Covid-19 também pode ocasionar os sintomas gastrointestinais, já que as medicações podem agredir os órgãos do trato digestivo, causando, por exemplo, alterações na flora intestinal.

“A perfusão sanguínea, ou seja, a chegada de sangue a todas as partes do corpo, pode ser prejudicada e igualmente provocar alterações no funcionamento do aparelho digestivo, já que o organismo prioriza a ida de sangue para o cérebro, coração e rins”, detalha.

Ele afirma que o perfil de pacientes que desenvolve sintomas gastrointestinais de Covid-19 é o mesmo que evolui para formas mais graves da doença: idosos, pessoas com comorbidades não controladas, como hipertensão e diabetes, indivíduos com alterações nos níveis de colesterol e na tireoide e obesos.

Mas quando desconfiar de que sintomas gastrointestinais podem ser sinais de Covid-19? Bernardo Oliveira recomenda observar o estado geral de saúde. Também é importante identificar se já havia um quadro gastrointestinal prévio ou se essa situação é nova e se houve algum possível fator desencadeante, como a ingestão de um alimento diferente, exposição a agente tóxico ou medicamento.

“Se o indivíduo consegue se alimentar, evacuar, beber água e fazer as atividades básicas do dia a dia, não precisa mudar sua conduta. Mas se fica prostrado, com muita diarreia, sem conseguir beber água e se alimentar direito, deve procurar um serviço de saúde”, ressalta o médico.

Os hospitais Santa Lúcia Norte, Santa Lúcia Sul e Maria Auxiliadora (Gama) têm sido referenciados no atendimento à Covid-19. “Temos feito capacitações constantes com toda a equipe para atualizá-la sobre cada novidade comprovada pela ciência, e reservamos espaços exclusivos e muito bem equipados para o atendimento desses casos, com fluxo distinto e isolamento entre pacientes para que o indivíduo seja muito bem recebido, tratado de forma humanizada e em total segurança. Tudo para que seu quadro evolua bem o mais rápido possível e para evitar a disseminação da doença”, finaliza.