Por uma assistência mais segura
Flávia Packer, diretora de Práticas Assistenciais, comenta as ferramentas de monitoramento utilizadas no Santa Lúcia para promoção de uma maior segurança ao paciente
A segurança do paciente vem se tornando uma das principais preocupações das instituições de saúde no país e no mundo. Dados da Fiocruz/RJ indicam que 10% da população atendida nas unidades de saúde brasileiras correm risco de falha na aplicação dos procedimentos assistenciais. Atento ao cenário, o Santa Lúcia adotou o tema segurança do paciente como meta estratégica de sua gestão em 2013, implantando uma metodologia de trabalho através de ferramentas que permitem identificar antecipadamente riscos relacionados à assistência e realizar medidas preventivas para minimizar possíveis danos ao paciente.
A principal forma de proporcionar segurança é através do monitoramento do paciente, desde sua entrada até a alta da instituição. “O papel do controle na decisão clínica é acompanhar padrões vitais durante a internação nas unidades assistenciais e reconhecer precocemente um possível agravamento no quadro clínico, permitindo mais agilidade aos profissionais da equipe multidisciplinar (médicos e enfermeiros) no redirecionamento da conduta terapêutica”, informa Flávia Packer, diretora de Práticas Assistências do Grupo Santa. A ação rápida e eficaz previne ainda internações desnecessárias nas unidades de terapia intensiva.
Para o monitoramento das condições seguras, a instituição adotou a metodologia Lean, filosofia de gestão inspirada nas práticas e resultados do Sistema Toyota de Produção, que determina o paciente como centro, desenvolvendo os gestores e as estruturas de processos, o que torna o cuidado mais eficiente e seguro. Com isso, há um maior dinamismo na execução dos trabalhos e agilidade nos processos que interagem com ele, além da otimização de recursos.
As ferramentas de monitoração, partes da metodologia, foram adotadas há um ano e meio no Santa Lúcia e aplicadas em todo o Hospital. A meta é proporcionar à equipe multidisciplinar uma identificação precoce das alterações vitais do paciente, evitando complicações de seu quadro de saúde durante a internação. Elas estão aplicadas à Emergência Adulto e Infantil, para Triagem e Observação (TEWS), na Unidade de Internação, para o perfil do paciente clínico e cirúrgico (MEWS), e nas Unidades de Internação Pediátrica (PEWS) e Obstétrica (MEOWS), essa última iniciada há seis meses.
Para a implantação com sucesso destas novas metodologias de trabalho, o Hospital capacitou as equipes médica e de enfermagem. Packer reitera que o treinamento, assim como sua implantação, passa pelo desafio da mudança de postura e pelo trabalho integrado dos profissionais, o que permite maior adesão ao projeto. “Contamos com o envolvimento das equipes, pois esta ferramenta exige uma atuação precoce do profissional na intervenção clínica. Os técnicos de enfermagem continuam com suas rotinas de aferição dos dados vitais e os enfermeiros concluem os cálculos da ferramenta, seja para solicitação do médico ou um aumento na frequência de monitoração destes pacientes”, finaliza.