Por que uma taça de vinho por dia pode ajudar a prevenir doenças cardiovasculares?

O consumo diário de uma taça de vinho é considerado moderado e foi alvo de vários estudos e metanálises que mostraram uma redução de problemas cardiovasculares entre os que consomem a bebida nesta quantidade.

Um dos achados mais importantes foi publicado pela importante revista científica Circulation. Com o título sugestivo de “Vinho, Cerveja e Destilados e o Risco de Infarto do Miocárdio: Uma Revisão Sistemática”, o estudo acompanhou 38.077 homens, de 40 a 75 anos, no período de 1986 a 1998. No caso do vinho, a quantidade padronizada por drink foi 120 ml por dia.

Neste estudo, detectou-se que a frequência do uso da bebida está diretamente relacionada aos benefícios cardiovasculares. O grupo que bebia apenas uma ou duas vezes por semana apresentou redução de risco de 17%, contra 34% de queda entre os que bebiam de três a quatro vezes por semana.

Uma das razões para isso pode ser o resveratrol, substância antioxidante que combate os radicais livres do organismo e ajuda a prevenir algumas doenças e o envelhecimento.

Encontrado no vinho tinto porque está presente na casca da uva, o chamado polifenoide possui benefícios que incluem a prevenção da doença isquêmica do coração e doença vascular periférica, por exemplo, além do aumento da tolerância ao estresse, fator risco importante para ocorrências como o infarto agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral (AVC).

“Não existem estudos que evidenciam que o consumo moderado de vinho possa interferir em outras doenças. Existem evidências apenas para as doenças cardiovasculares. Observou-se que o consumo moderado de vinho está relacionado a um menor risco para problemas de coração comuns, como o infarto.”, explica o diretor Clínico do Hospital Santa Lúcia, Sérgio Murilo.

ATENÇÃO – Um estudo na Universidade de Cambridge publicado no Jornal Médico Britânico mostrou, por exemplo, que os adultos que não consumiam álcool tinham 32% mais chances de ter um infarto do que os consumidores moderados. Por outro lado, o consumo excessivo de álcool aumentou em 22% as chances de parada cardíaca.

Há ainda os riscos do desenvolvimento de doenças graves, como o alcoolismo. A hereditariedade é um fator importante, mas para que esta doença apareça é necessário que o indivíduo seja exposto ao consumo de álcool.

“Não há garantia de consumo seguro nestes casos, principalmente porque o uso de bebidas alcoólicas é aceito como hábito em nossa sociedade. Por isso, ao decidir pelo seu uso, é preciso ter ciência de que o risco de dependência existe, e conhecer os sinais de abuso é um caminho para a recuperação”, alerta o médico Sérgio Murilo.

Ele finaliza com um alerta: “se decidir por uma taça de vinho por dia, conheça os riscos e benefícios, mas não se esqueça de praticar atividade física regular, adotar uma dieta equilibrada, rica em fibras e alimentos naturais, ter noites de sono de qualidade e também atividades de lazer que ajudem a diminuir o estresse da rotina”.

ATENDIMENTO A PACIENTES CARDIOVASCULARES – O Hospital Santa Lúcia reúne um time multidisciplinar de profissionais que atuam com excelência para tratar doenças do coração.

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