Voltar
Compartilhe:
14 de August de 2018

Pesquisa: dieta mediterrânea pode ajudar a prevenir e tratar a osteoporose

Adotar a dieta mediterrânea — regime baseado no consumo de frutas, legumes, cereais integrais e gorduras “boas” — pode reduzir a perda óssea em pessoas com osteoporose, segundo pesquisa inglesa divulgada pela revista científica American Journal of Clinical Nutrition.

Após acompanhar mais de mil idosos durante um ano, os cientistas concluíram que a mudança alimentar ajudou a diminuir a perda da densidade óssea provocada pelo envelhecimento natural. Os participantes da pesquisa foram divididos em dois grupos: o que não mudou seus padrões alimentares e o que seguiu a dieta mediterrânea.

Aumentar a ingestão de frutas, legumes, nozes, cereais não refinados, azeite e peixe, além de produtos lácteos e carne e doses moderadas de álcool não mostrou grande impacto em participantes com densidade óssea normal, mas gerou benefício significativo naqueles que sofriam com osteoporose no colo do fêmur, por exemplo, durante os 12 meses pesquisados.

De acordo com Marcelo Ferrer, ortopedista e cirurgião do Hospital Santa Lúcia, membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e especialista em osteoporose, os nutrientes dos alimentos presentes na dieta mediterrânea são responsáveis pelos benefícios constatados no estudo inglês.

“Esse tipo de alimentação tem muito leite e derivados, como o queijo, fonte de cálcio essencial para a prevenção à osteoporose. Há ainda a vitamina D, que também é importante para evitar esse problema de saúde”, explica.

Segundo o médico, outras medidas podem ajudar a evitar e a tratar a perda óssea. “É necessário manter a vitamina D, e uma de suas fontes é o sol, mas com exposição moderada. Outro ponto importante é a atividade física, que faz com que os ossos se tornem mais fortes. Vemos que pessoas sedentárias são as que mais sofrem com a osteoporose”, destaca.

OSTEOPOROSE – A osteoporose é um transtorno ósseo metabólico em que o tecido ósseo falha, tornando o osso cada vez mais frágil e levando a um risco crescente de fratura. A osteoporose — e a osteopenia, que se refere à baixa densidade óssea em geral — pode afetar pessoas de todas as idades.

É uma “doença silenciosa”, uma vez que não há sinais de alerta ou sintomas até ocorrerem fraturas. As mais comuns são as de vértebras e do quadril. Os riscos de osteoporose não são relegados exclusivamente a mulheres: os homens representam 20% de todos os casos.

CAUSAS, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO – Eventualmente, todos as pessoas teriam osteoporose se vivessem o suficiente para isso. Mas dois grupos apresentam maior risco: mulheres após a menopausa, principalmente caucasianas ou asiáticas; e pessoas em tratamento com medicamentos glicocorticoides ou esteroides, como a prednisona.

O exame de densitometria óssea permite medir a densidade do osso com alto grau de precisão e acurácia, sendo a coluna vertebral e o fêmur proximal as áreas mais importantes em termos de fraturas relacionadas à osteoporose. Já os tratamentos podem incluir a terapia de reposição hormonal, mais comumente ofertada a mulheres com sintomas da menopausa, e os bifosfonatos, para indivíduos mais idosos.