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08 de May de 2018

Óbitos por câncer podem superar os causados por doenças cardiovasculares até 2030

O câncer já ultrapassou as doenças cardiovasculares como a principal causa de morte em 10% dos municípios brasileiros e poderá ser a primeira causa de óbitos em todo o país até 2030. A informação é resultado de um levantamento inédito feito pelo Observatório de Oncologia, ferramenta do movimento Todos Juntos Contra o Câncer em parceria com o Conselho Federal de Medicina.

O envelhecimento da população é um dos fatores que mais influenciam nessa mudança de cenário, segundo o oncologista do Hospital Santa Lúcia, Eduardo Vissotto. O aumento da expectativa de vida contribui para este quadro, uma vez que o câncer é uma doença relacionada ao envelhecimento”, afirma.

O estudo revelou que 80% das cidades onde o câncer é a principal causa de morte estão concentradas nas regiões Sul e Sudeste, onde a expectativa de vida é maior e onde o Índice de Desenvolvimento Humano é mais alto. O Distrito Federal não aparece na pesquisa entre as 50 cidades em que o câncer mata mais que as doenças do coração.

Em 2015, o Brasil registrou 209.780 mortes por câncer e 349.642 relacionadas a doenças cardiovasculares e do aparelho circulatório. Na comparação com 1998, houve um aumento de 90% no número de óbitos por tumores e de 36% por doenças cardiovasculares. Ou seja, as mortes por câncer evoluíram três vezes mais em quase 20 anos.

De acordo com Vissotto, para evitar o aumento dos casos de câncer é fundamental evitar os fatores de risco mais relacionados à doença, como o tabagismo, o consumo excessivo de álcool e a obesidade.

“Existe, inclusive, uma coincidência de fatores de risco para o câncer e doenças do coração. Evitá-los previne ambos os problemas. Também é essencial adotar cuidados com exposição solar e hábitos alimentares saudáveis e realizar atividades físicas regulares”, reforça o especialista.

DIAGNÓSTICO PRECOCE – Diagnosticar o câncer em seus estágios iniciais aumenta muito as chances de cura da doença. Por isso, seguir orientações de rastreamento precoce é a melhor estratégia. Mulheres que iniciaram a vida sexual precisam fazer o exame de papanicolau anualmente e aquelas acima de 40 anos de idade devem fazer acompanhamento periódico com mastologista e realização de mamografia também a cada ano.

Já os homens acima de 50 anos devem procurar um urologista para discutir a necessidade de exames de toque e sanguíneos (PSA). Tanto homens quanto mulheres acima dessa faixa etária devem realizar colonoscopia e, caso sejam tabagistas pesados, a tomografia computadorizada de baixa dose, a partir dos 55 anos de idade.