HSL adere a programa de combate a infecção hospitalar
Objetivo é mudar a cultura de segurança dentro dos hospitais
O Hospital Santa Lúcia é o primeiro do Distrito Federal a fazer parte do Programa Brasileiro de Segurança do Paciente (PBSP), cujo principal objetivo é reduzir ao máximo as infecções hospitalares. O programa é coordenado pelo Instituto Qualisa de Gestão (IQG), uma empresa privada que desenvolve programas de segurança hospitalar com a finalidade de fazer com que os hospitais adotem práticas assistenciais que não ponham o paciente em risco.
Líder no Brasil do mercado de certificação e implementação de programas de gestão de qualidade em saúde, o Qualisa é chamado de instituição acreditadora, pois certifica, no país, se o hospital que aderiu ao programa está aplicando normas de qualidade estabelecidas internacionalmente. De certa forma, esse certificado pode ser comparado ao ISO, que nivela a qualidade dos serviços da indústria.
Ao aceitar o convite do IQG, o Hospital Santa Lúcia se compromete a alcançar as metas estabelecidas em relação à segurança hospitalar no que diz respeito ao controle e redução ao máximo dos riscos de infecção. “Convidamos os hospitais que se interessam ou estão trabalhando como prioridade estratégica de sua organização a assistência ao paciente com qualidade e segurança”, explica a coordenadora do PBSP, Milene Volpe.
Protocolos
Essas metas foram estabelecidas com base em protocolos básicos de segurança, criados a partir do que na área de saúde chamam-se maiores danos assistenciais. Estes nada mais são do que as infecções urinárias e da corrente sanguínea e a pneumonia associada ao ventilador mecânico. Mesmo antes de aderir ao PBSP, o Hospital Santa Lúcia já trabalhava com esses protocolos. “Já existem algumas práticas que estão sendo aplicadas por nós. Se você andar hoje pela instituição, vai ver que as terapias intensivas estão trabalhando três protocolos — urinários, sanguíneos e pneumonia — e as unidades abertas trabalham o da infecção urinária”, explica a diretora-executiva do Hospital Santa Lúcia, Flávia Packer.
Ao estabelecer essas diretrizes para um hospital integrante — aquele que passou a fazer parte do plano — o IQG determina o perfil epidemiológico do grupo de pacientes que vai ser avaliado. Flávia Packer informa que o Santa Lúcia vai usar um software capaz de traçar com clareza o perfil epidemiológico das unidades do hospital e compilar resultados de forma geral, e não individual, para que as informações de cada paciente sejam preservadas. “Esse resultado geral vai para um banco de dados, uma base consolidada, que é o que importa para o IQG. O objetivo é ter essa rede de informação”, complementa a diretora-executiva.
Para alcançar as metas estabelecidas pelo programa, o Santa Lúcia não conta apenas com a tecnologia, mas também com o material humano. “Nós queremos ser referência, mudando a cultura de segurança hospitalar”, enfatiza Flávia Packer. Dessa forma, o Hospital pretende colocar enfermeiros fazendo triagem 24 horas por dia e adotar um sistema de médicos hospitalistas. “Hoje os médicos atendem o tempo todo, mas nós vamos mudar essa rotina. Eles não vão mais atender apenas quando o paciente estiver mal, mas monitorá-lo, acompanhá-lo para que ele não piore”, explica Flávia Packer.
Quando cumprir as diretrizes traçadas, o Santa Lúcia deixará de ser integrante para ser um hospital multiplicador, referência em uma rede em que outros cinco hospitais integrantes recebem informações sobre combate às infecções. “O paciente vai entrar aqui e se sentir seguro em relação à prevenção de infecção”, assegura Flávia Packer.
O programa tem dezesseis objetivos, com destaque para:
- Garantia da qualidade da atenção à saúde e a segurança do paciente como prioridade das instituições;
- Incorporação da qualidade assistencial e segurança do paciente no dia-a-dia;
- Geração de informação e evidências objetivas em resultados de segurança;
- Compilação e disposição de informações sobre qualidade e segurança do paciente;
- Prestação de assessoria técnica na formulação, melhoramento e execução dos programas de qualidade e segurança do paciente nas instituições integrantes;
- Fornecimento de instrumental teórico e prático aos serviços de saúde que pretendam implantar políticas de segurança do paciente;
- Capacitação de profissionais para o atendimento ao paciente nos aspectos que envolvam a prevenção de eventos na assistência à saúde por meio de educação permanente.