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16 de August de 2018

Hospital Santa Lúcia já realizou 23 transplantes ósseos

Unidade é a única do DF autorizada pelo Ministério da Saúde a realizar esses procedimentos

O transplante de órgãos e tecidos como rins e córneas é uma realidade comum e já não causa surpresa quando mencionado. Mas quando se fala em transplantar ossos, não é difícil encontrar pessoas que nem sabiam que isso é possível. Mas é. Somente no Hospital Santa Lúcia, vinte e três procedimentos deste tipo foram realizados desde 2012.

Este transplante consiste na utilização de tecido ósseo — ligamentar e tendinoso — de um doador humano para tratar situações complexas de perda óssea em pacientes que sofreram acidentes ou foram submetidos a artroplastias (operação para devolver as funções de uma articulação), em falhas na consolidação no tratamento de fraturas e após a retirada de tumores ósseos, artrodeses (fusões) extensas da coluna vertebral e reconstruções dos ligamentos do joelho.

“A técnica do transplante consiste em preencher cavidades onde há perda óssea com fragmentos de ossos do doador, assim como a colocação de fragmentos maiores para reforço basilar. O tecido ósseo transplantado serve como matriz para que o organismo integre as estruturas do doador ao receptor”, explica Marcelo Ferrer, ortopedista e cirurgião do HSL e membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.

De acordo com especialista, os resultados dos transplantes já realizados têm sido muito satisfatórios, com integração dos ossos transplantados e reabilitação dos pacientes, proporcionando uma nova oportunidade na restauração da função do membro e o retorno à vida com melhores condições funcionais e reintegração social. “O Hospital Santa Lúcia é a única referência em transplante de ossos e possui a única equipe autorizada pelo Ministério da Saúde para realizar este tipo de procedimento no Distrito Federal”, reforça. Atualmente, a Unidade utiliza tecidos captados do banco de ossos do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia.

PERFIL E PROCEDIMENTO – Em geral, os transplantes acontecem em pacientes idosos que necessitam de revisão de artroplastias de quadril e joelho e apresentam grandes áreas de perda óssea. Em alguns casos, também são submetidos ao procedimento adultos de meia idade que não obtiveram sucesso na consolidação de fraturas e, ainda, pacientes com alterações metabólicas.

Quando necessário em crianças, o uso de tecidos de banco de ossos é particularmente interessante, já que a opção de enxerto com tecidos do próprio paciente é reduzida, principalmente em idades mais baixas.

“O preparo da cirurgia é o mesmo de uma cirurgia convencional, com cuidados no pós-operatório e critérios rigorosos de prevenção de infecções. Já a recuperação é lenta, pois depende da integração do tecido pelo receptor. A reabilitação com fisioterapia é importante desde o pós-operatório imediato”, ressalta Marcelo Ferrer.