Doenças relacionadas ao cigarro causam 200 mil mortes por ano no Brasil
O tabagismo está diretamente associado a vários tipos de câncer, além de doenças pulmonares, coronarianas e acidente vascular cerebral (AVC). Estima-se que, a cada ano, 200 mil brasileiros morram precocemente devido a patologias relacionadas ao cigarro, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). “Em geral, o pulmão é o órgão mais afetado. Mas outras partes do corpo — como boca, laringe, esôfago e bexiga — também ficam mais vulneráveis ao câncer”, explica o cirurgião torácico do Hospital Santa Lúcia, Manoel Ximenes Netto. De acordo com o INCA, 90% dos pacientes com câncer de pulmão são fumantes. Outra doença grave causada pelo cigarro é o enfisema pulmonar, que destrói os alvéolos dos pulmões e diminui progressivamente a capacidade respiratória da pessoa.
“Os sintomas das doenças pulmonares aparecem depois de muitos anos de vício, por isso os fumantes jovens não costumam se sensibilizar com campanhas e medidas antitabagismo”, afirma o cirurgião. Para Ximenes, o mais importante é a vontade de parar de fumar. “Essa decisão é individual, mas, uma vez tomada, há uma série de recursos disponíveis para ajudar no processo”, afirma. O tratamento pode envolver medicamentos específicos e terapias de reposição de nicotina, além de acompanhamento psicológico.
A boa notícia é que quando o fumante abandona o vício, o organismo pode se recuperar dos danos causados pelo cigarro. Segundo a Aliança de Controle do Tabagismo no Brasil (ACT-Br), após dois dias sem fumar, a pessoa já percebe mudanças no paladar e no olfato. Em três semanas, a respiração e a circulação sanguínea melhoram. Após 10 anos, o risco de sofrer infarto será igual ao de quem nunca fumou e o de desenvolver câncer de pulmão cai pela metade. Passados 20 anos, a chance de ter câncer de pulmão será equiparada a dos não fumantes.