Controle do colesterol previne contra doenças cardiovasculares e influencia a saúde em geral
Manter os níveis de colesterol sob controle é essencial para a qualidade da saúde como um todo. A substância é um tipo de gordura produzida pelo organismo necessária para desempenhar funções essenciais como a produção de hormônios e vitamina D, por exemplo.
Todavia, quando alteradas, as taxas de colesterol têm um efeito dominó sobre o funcionamento de diversos órgãos, o que pode provocar doenças como cardiovasculares como infarto e AVC.
Por causa da proximidade do Dia Nacional de Combate ao Colesterol, celebrado em 8 de agosto, convidamos o endocrinologista do Hospital Santa Lúcia, Fernando Alves, para um bate-papo sobre o assunto. Leia, compartilhe conhecimento e cuide de sua saúde.
1 – Qual a relação entre um alto colesterol bom e um colesterol ruim alterado?
O HDL tem a ação de retirar as partículas de colesterol dos tecidos e enviar para o fígado, onde será degradado, por isso o chamamos de colesterol bom. Então, quando ele está alto, tem um efeito protetor, não sendo necessário outros tratamentos, mesmo com pequenas alterações do LDL, que transporta o colesterol do fígado para as células, que é chamado de colesterol ruim.
2 – O colesterol bom é capaz de evitar a necessidade de medicamentos mesmo que o ruim esteja em níveis indesejados? Quais os índices desejáveis de colesterol bom e ruim?
Devido a sua ação protetora, se o colesterol bom (HDL) está alto, por muitas vezes não devemos iniciar nenhuma medicação caso o colesterol ruim (LDL) esteja levemente aumentado.
Em crianças, os valores de referência desejados são de HDL maior que 45, o LDL menor que 110 e os triglicerídeos menores que 75 até os 9 anos de idade e maiores que 90 dos 10 aos 19 anos. Já para os adultos, o HDL desejado é maior que 40, o LDL menor que 130 e os triglicerídeos menores que 150.
Esses valores são em jejum e em pacientes sem comorbidades. Se houver fatores de risco para trombose, infarto e AVC, entre outras doenças, os valores de LDL devem ser mais baixos.
3 – O colesterol é o principal fator de risco para doenças cardiovasculares? Quais? Por quê?
O colesterol, junto com a hipertensão e o diabetes, são os principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, principalmente infarto, AVC e tromboses arteriais. Quando elevado, o colesterol aumenta o risco de depósitos de placas ateroscleróticas na parede das artérias, causando a obstrução delas.
4 – Qual a relação entre o colesterol e doenças como gripes e resfriados?
Existem casos de alterações familiares em que mesmo pacientes com bons hábitos alimentares e realizando atividades físicas podem apresentar alterações, mas em geral, pessoas com colesterol elevado tendem a ter maior peso corporal, a serem sedentários e a terem hábitos alimentares ruins.
Isso faz com que eles tenham uma imunidade menor, com maior risco a infecções respiratórias. O interessante é que a principal medicação para o tratamento do colesterol, as estatinas, tem uma ação anti-inflamatória que age melhorando a resposta a esses vírus.
5 – Que hábitos o indivíduo deve cultivar para manter o colesterol em índices desejáveis?
O começo do tratamento é sempre feito com mudanças no estilo de vida, como a prática de atividades físicas regulares, no mínimo 150 minutos por semana. Mas se não for possível isso, faça o que conseguir. Pequenas mudanças já podem ter grandes benefícios.
A ingestão de alimentos ricos em gorduras, frituras, carnes gordurosas, assim como tabagismo e o uso de bebidas alcoólicas, deve ser evitada. Frutas e verduras estão liberados e seu consumo é estimulado.
6 – Como, a partir de quando e com que frequência é preciso monitorar os índices de colesterol?
O ideal é que, aos 20 anos, todo mundo já tenha medido o colesterol pelo menos uma vez na vida. É bom avaliá-lo sempre que realizar os exames de rotina. Para pacientes com história de doenças cardiovasculares, a recomendação é fazer um acompanhamento individualizado, que pode ser anual ou até mesmo a cada três meses, a depender o caso.
7 – Quais os tratamentos possíveis para o colesterol alterado?
O primeiro tratamento sempre é a mudança no estilo de vida, com atividades físicas e dieta adequada. Porém, muitas vezes os pacientes não conseguem fazer as atividades ou elas não são o suficiente. Aí temos que iniciar o tratamento medicamentoso. As estatinas são a medicação mais usada no momento para o colesterol, e agem principalmente na redução do LDL, com pequena ação nos triglicerídeos e uma leve elevação do HDL.
Mas há também os fibratos, que têm efeito mais importante na redução dos triglicerídeos; a ezetimiba, segunda principal medicação usada no dia a dia para a diminuição do LDL; o ácido nicotínico, principal medicação para elevação do HDL atualmente disponível; e os inibidores da PCSK9, medicação mais nova, bem mais cara, aplicada por via subcutânea a cada 2 a 4 semanas e com maior potência para diminuição do LDL
8 – De que forma o Santa Lúcia está preparado para diagnosticar e atender a pacientes com colesterol alterado?
O Hospital Santa Lúcia está pronto para diagnosticar, tratar e prevenir qualquer doença. O colesterol pode causar diversas complicações, principalmente cardiovasculares, e o tratamento pode ser realizado com maior rapidez e melhor execução por uma equipe qualificada, numa infraestrutura moderna, confortável e com a melhor tecnologia disponível no mercado.