Cirurgia Menos Invasiva Reduz Risco de Morte por Aneurisma
Hospital Santa Lúcia é um dos únicos centros a realizar o procedimento no DF
A artéria aorta se origina no coração, passa pelo peito e vai até o abdome. Como qualquer outro vaso, ela está sujeita à ação de placas de gordura que podem causar aneurisma, uma dilatação semelhante a uma bolha. Quando atinge a parte da aorta onde se localizam as artérias que irrigam o intestino, rins, fígado e medula, ocorre o chamado aneurisma da aorta toracoabdominal.
Até então, o único tratamento para o problema era uma cirurgia com mais de 6 horas de duração, abertura do tórax e do abdome, bloqueio da circulação em algumas partes do corpo e alto risco de sequelas, como afirma o cirurgião endovascular do Hospital Santa Lúcia, Gustavo Paludetto: “Os índices desta cirurgia chegam a 12% de risco de morte e 20% de paraplegia”.
Há dez anos uma nova técnica despontou: o tratamento percutâneo de aneurisma da aorta, uma cirurgia minimamente invasiva guiada por vídeo. Um cateter conduz um stent — ou tubo — até o aneurisma a partir da virilha (artéria femoral). Assim, ele é isolado da corrente sanguínea sem rompimento e a saúde do paciente se normaliza. “O resultado é que a segurança da cirurgia aumenta e a mortalidade dos pacientes diminui para 3%”, comemora o cirurgião.
O tratamento exige um stent fabricado sob medida. As paredes do tubo são perfuradas exatamente por onde passa a circulação, o que evita que se paralise a irrigação dos órgãos. “É uma obra de engenharia. Não interrompemos mais a circulação do corpo durante a cirurgia e garantimos um pós-operatório tranquilo, com possibilidade de alta em três dias. A partir daí, é só prevenir novos aneurismas com os mesmos cuidados de quem teve infarto”, explica o Dr. Paludetto, um dos poucos médicos no Brasil habilitados a aplicar a nova técnica.