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16 de July de 2019

Chás trazem muitos benefícios à saúde, mas demandam alguns cuidados

Os chás possuem efeitos digestivo, anti-inflamatório, antioxidante e calmante, entre outros. Não é à toa que a medicina tradicional chinesa faz uso deles como recurso terapêutico há milhares de anos. Há registros de consumo de plantas com poder curativo desde a Era Paleolítica. Todavia, estudos mais recentes apontam que é preciso ter cautela para prevenir possíveis consequências adversas.

Para saber mais sobre os efeitos dos chás na saúde, conversamos com as nutricionistas do Hospital Santa Lúcia Ana Acioli, Aline Alves e Naiane Sano.

1. Como os chás favorecem diferentes aspectos da saúde?

Existe uma imensa diversidade de benefícios dos chás. Os principais são o anti-inflamatório, podendo auxiliar a perda de peso e na recuperação de alguma doença (por exemplo, gengibre, sabugueiro, chá verde, chá branco); o calmante, que contribui para o foco cognitivo, qualidade de sono e saúde mental (erva-doce, erva-cidreira, macela, melissa, camomila etc.); e o digestivo, que minimiza sintomas de desconforto no trato gastrointestinal (como alecrim, boldo, espinheira-santa, hortelã).

2. Qual a dose diária ideal dos chás e o que pode ocorrer em caso de ingestão excessiva?

A dose pode variar de acordo com a condição de saúde da pessoa e o tipo de chá. Uma recomendação que abrange a maioria das indicações é de uma a duas xícaras de chá por dia. Os efeitos adversos dependem da dose, do consumidor e de cada qualidade de chá consumido. Chás com cafeína podem causar insônia, excitação nervosa e náuseas; chás de alho e erva-cidreira podem desencadear hipotensão e desconforto gastrointestinal; e chás diuréticos, como cavalinha, podem provocar dor de cabeça, anorexia, sintomas de desidratação e irritação gástrica.

3. Quais os principais tipos de chás consumidos pelos brasileiros e seus benefícios? Há alguma contraindicação entre eles?

Chá verde e chá branco: são originados pela planta Camellia sinensis, auxiliam no emagrecimento e são antioxidantes. São contraindicados para pacientes com gordura no fígado.

Erva-cidreira: indicada como calmante suave para quadros leves de ansiedade e insônia, casos de cólicas abdominais, distúrbios estomacais, flatulência (gases), como digestivo e expectorante. Seu uso deve ser cauteloso em pessoas com pressão arterial baixa.

Hortelã: indicado para situações de cólicas abdominais, flatulência (gases) e problemas hepáticos. Não deve ser utilizado em casos de obstruções biliares, danos hepáticos severos e durante a lactação.

Gengibre: sem contraindicação, é excelente anti-inflamatório, auxilia na recuperação de resfriados e em quadros de náuseas em gestantes (um dos poucos chás aconselhados para esse grupo).

Camomila: indicado para cólicas intestinais, quadros leves de ansiedade, como calmante suave, contusões e dos processos inflamatórios da boca e gengiva. Não deve ser consumido por gestantes.

Sabugueiro: indicado para gripe e resfriado. Pacientes com baixa concentração de potássio no sangue não devem consumi-lo.

4. Há algum chá cujo consumo deva ser evitado por algum grupo de pessoas?

Sim. Em uma visão geral, é contraindicado o consumo de chás para gestantes, já que não há estudos que comprovem sua segurança e vários deles pode provocar sangramento nesse público. Pacientes com gordura no fígado devem evitar aqueles como chá verde e chá branco, que aumentam a mobilidade de gordura.

5. Como fazer para introduzir o chá na alimentação diária, especialmente de crianças?

O consumo de chá pode ser muito prático no dia a dia. A melhor opção sempre será o uso das folhas, flores e caules.

Para os bebês, os chás podem ser introduzidos como estratégias mais naturais para enfrentar o desconforto de cólicas. Mas, atenção: até os 6 meses de vida, o aleitamento materno ou a fórmula infantil deve ser exclusivo.

A partir de 1 ou 2 anos de idade, a oferta de chás é mais segura, porém alguns cuidados ainda devem ser observados e é importante procurar ajuda de um profissional para orientação.

A melhor forma de criar novos hábitos para as crianças sempre será o exemplo dos pais e envolvê-las no processo de escolha de sabores e preparações de preferência.