Transplante autólogo de medula óssea volta a ser realizado em Brasília
Parceria entre Santa Lúcia e Hemoclínica realiza procedimento no DF
Depois de quatro anos de preparação, o Hospital Santa Lúcia e a Hemoclínica (responsável pelo banco de sangue do hospital) voltam a realizar transplante autólogo de medula óssea, procedimento também conhecido como autotransplante. O primeiro transplante aconteceu no final de janeiro e a oferta do serviço é permanente e para toda a população do DF.
A técnica do transplante autólogo é semelhante à que foi usada no tratamento do ator Reynaldo Gianecchini para combater um linfoma T Angioimunoblástico, diagnosticado em 2011. Assim como o ator, durante a recuperação, o paciente deve permanecer isolado em um quarto especialmente preparado porque o sistema imunológico fica sensível. O Hospital Santa Lúcia dispõe de toda a infraestrutura não apenas para recuperação do paciente, mas também para coleta da medula, congelamento, processamento e transfusão.
A equipe responsável pelo procedimento, liderada pelos hematologistas Eduardo Ribeiro, Rodolfo Kameo e Sandro Melin, é formada por 25 pessoas (incluindo profissionais da UTI enfermeiros e técnicos de enfermagem), que passaram por cinco meses de treinamento específico para lidar com os transplantes. Depois do sucesso do primeiro procedimento, o hematologista Eduardo Ribeiro está otimista com a oferta do tratamento à população de Brasília.
“Temos uma demanda muito alta na Capital, inicialmente estimada entre 25 e 30 pacientes por ano. Realizar o procedimento no DF é uma grande vantagem para a execução do tratamento, pois o paciente não precisa se deslocar para outro estado. A perspectiva é, ainda no primeiro semestre, realizarmos mais dois ou três transplantes, além de termos capacidade instalada para muito mais”, relata Ribeiro. A meta inicial do Hospital é realizar um transplante a cada mês.
A equipe da Hemoclínica do Hospital Santa Lúcia é responsável pela extração da medula do paciente, pelo congelamento e guarda desse material, pelo descongelamento e pela infusão da medula durante o transplante. A Hemoclínica do Hospital Santa Lúcia está equipada com aparelho de criopreservação, baseado em técnica de congelamento celular. No hospital, equipes de Enfermagem e de UTI participaram de treinamentos para auxilio a ações do transplante. “Temos muito a agradecer a colaboração do Dr. Fabiano Girade (UTI) e da Enf. Viviane Gusmão, essenciais para mantermos as equipes atualizadas”, comenta Ribeiro.
O grupo disponibiliza o espaço para que outras clínicas possam trazer seus pacientes p ara o tratamento, inclusive com a presença do médico da clínica de origem. É o que aconteceu em janeiro, onde o paciente teve seu tratamento acompanhado pelo hematologista Paulo Henrique Soares, do Grupo Acreditar. “Temos estrutura e equipes prontas para atender a demanda do DF”, finaliza Ribeiro.