83% DOS BRASILIENSES ADMITE HÁBITO ARRISCADO DA AUTOMEDICAÇÃO
Em geral, tais substâncias são utilizadas durante crises ou no pós-operatório, com orientação médica e por pouco tempo. O otorrinolaringologista faz ainda outro alerta: “Remédios usados sem prescrição médica, por longo período ou com muita frequência, têm eficácia cada vez mais menor, o que exige aumento da dosagem, criando um ciclo perigoso”. Para o médico, o combate à obstrução nasal é um bom exemplo do comportamento do paciente. Nas farmácias há produtos feitos apenas com soro fisiológico, o que é o ideal para qualquer pessoa e não tem necessidade de prescrição médica. A hidratação da mucosa – tecido nasal interno – funciona como preventivo dos sintomas da alergia. “O problema é que muita gente prefere comprar remédios à base de soro, mas com medicamentos associados. Em sua maioria, são vasoconstritores – comprimem os vasos e aumentam a pressão arterial. O mais preocupante é que há quem faça uso permanente deles”, completa.
Um último alerta para quem já está habituado a apresentar o mesmo problema respiratório com regularidade é que a repetição do sintoma pode não significar crise de mesma origem: “Não adianta usar a prescrição médica antiga, comprar o mesmo remédio e ir para casa tranquilo, acreditando que economizou tempo não consultando um médico”, explica o Dr. Jaime Siqueira. Por exemplo, o corticoide usado contra a asma, sinusite e outras doenças com origem alérgica pode agravar o quadro se, naquela ocasião, o problema tenha começado com infecção por fungo, vírus ou bactéria.