A importância do check-up ginecológico
Exames devem ser feitos anualmente para rastrear, detectar e prevenir neoplasias como câncer de mama e de colo do útero
Prevenir é melhor do que remediar. No caso das mulheres, essa máxima ganha ainda mais ênfase. Embora tenham uma expectativa de vida maior que a dos homens, elas adoecem com mais frequência. As doenças que mais acometem o sexo feminino são as neoplasias, a exemplo do câncer de mama e de colo do útero, além das doenças sexualmente transmissíveis. Para detectá-las e tratá-las, as visitas anuais ao consultório ginecológico e a realização de exames como papanicolau são fundamentais e devem ser iniciadas na pré-adolescência ou logo após a primeira menstruação. “Com o início da puberdade, o sistema reprodutor feminino sofre alterações, principalmente hormonais, e por esse motivo é importante o acompanhamento rotineiro de um especialista. A partir do início da vida sexual, as idas ao médico devem acontecer com mais frequência”, indica a ginecologista do Hospital Santa Lúcia, Maria Pia de Lima.
Segundo a profissional os principais exames são: papanicolau, ultrassom pélvico transvaginal e de mamas, colposcopia, vulvoscopia, captura hibrida e exames de sangue. “Esses exames são fundamentais na prevenção de problemas como lesões no colo do útero, miomas, cistos nos ovários, infecções e endometriose entre outros”. A partir dos 40 anos, a mamografia também passa a fazer parte do check-up feminino. O exame é importante na detecção precoce do câncer de mama. Para mulheres que têm casos na família o ideal é começar a fazer o exame aos 35 anos de idade.
Com a chegada da menopausa, a densitometria óssea deve ser adicionada à lista. “O exame é usado para diagnosticar quadros de osteoporose, que se tornam mais frequentes a partir da menopausa, quando se para de mestruar”, afirma a especialista. Para a médica, cada vez mais é necessário que a mulher se previna e cuide de sua saúde, pois a correria do dia-a-dia traz consequências à medida que há uma maior exigência de seu físico e intelecto.”Quando mais cedo o diagnóstico das doenças, mas rápido e eficiente é o tratamento”, explica.
O acompanhamento ginecológico também é imprescindível na escolha de métodos contraceptivos. “A alternativa é individualizada, dependendo de vários fatores como idade, aspectos clínicos, fatores de risco e doenças associadas. É um método seguro e eficaz no planejamento familiar”, explica Maria Pia.
Climatério
Nesta fase da vida da mulher, que ocorre a transição do período reprodutivo ou fértil para o não reprodutivo, devido à diminuição de estrogênio (hormônio que controla a ovulação), a avaliação médica é imprescindível. Segundo a ginecologista, o fim da menstruação pode causar uma série de consequências. No curto prazo provoca calor, alteração no humor- irritação e depressão, tontura, dor de cabeça e baixa libido. Já no médio prazo, ocorre à atrofia urogenital, afinamento e ressecamento da mucosa, causando dor durante o ato sexual. Em longo prazo há maior propensão à osteoporose e doenças cardiovasculares, pois a falta de estrogênio prejudica a proteção do coração e vasos sanguíneos. “Esse é o período do climatério. Ele antecede a menopausa e inicia-se entre 45 e 55 anos, podendo ocorrer aos 40”, diz a ginecologista.
Maria Pia de Lima observa que nesta fase as mulheres precisam ficar atentas aos sintomas para prevenir neoplasias e doenças crônicas e degenerativas, além da obesidade e transtornos afetivos. Para tratar os sintomas desta fase, o uso de hormônios tem sido uma prática comum, contudo, o tratamento hormonal deve ser encarado como uma opção terapêutica para os casos com indicações específicas “Para cada paciente o médico deverá estipular uma quantidade específica da reposição de estrogênio”, finaliza Maria Pia.