Asma não controlada aumenta risco de formas graves de Covid-19
Apesar de não terem mais chances de contaminação pela Covid-19, pessoas com asma não controlada apresentam maior risco de desenvolver formas graves da doença causada pelo novo coronavírus. O risco aumenta se a asma for moderada ou grave.
“Ao manter a asma controlada, fazendo uso dos medicamentos e agentes biológicos recomendados pelo especialista, inclusive neste período de pandemia, o paciente evita a necessidade de ir a uma emergência hospitalar e a possível exposição à contaminação pela Covid-19”, explica a médica pneumologista do Hospital Santa Lúcia, Clarice Feitas.
Ela reforça que não há qualquer evidência científica de que o uso das medicações de controle da asma, como corticosteroides inalados, produzam efeitos adversos no curso da infecção pela Covid-19.
Por outro lado, os pacientes com asma mais grave e que fazem uso oral contínuo de corticosteroides sofrem consequências desastrosas caso o interrompam. Do mesmo modo, asmáticos exacerbados que necessitam de corticosteroide sistêmico oral ou por via endovenosa não podem atrasar o uso da medicação. Se isso ocorrer, a vida do paciente corre risco.
COMO IDENTIFICAR A ORIGEM DA FALTA DE AR – Mas, afinal, como identificar se a crise de falta de ar é proveniente de asma ou provocada pelo novo coronavírus? Segundo Clarice Freitas, na Covid-19 os sintomas iniciais também podem incluir dor muscular, febre, alteração do olfato e paladar e tosse.
“A falta de ar pode acontecer com a persistência da febre depois de 7 a 10 dias destes sintomas iniciais mais típicos, como se fosse uma síndrome gripal. Outras manifestações iniciais da infecção por Covid-19 podem surgir, como náusea, diarreia, dor de garganta, rinorreia, dor de cabeça e manifestações cutâneas”, acrescenta.
Já o paciente com asma tem crises de falta de ar, tosse e chiado geralmente desencadeados por poeira, cheiros fortes, mudança de clima, fumaça, estresse e infecções virais. Quando existe a coexistência de asma e infecção por Covid-19, geralmente há outros sintomas iniciais associados.
A COVID-19 PODE PROVOCAR ASMA? De acordo com a pneumologista, não há relatos de pacientes que desenvolveram asma por conta da Covid-19. Até o momento, o que se sabe é que a infecção pelo novo coronavírus, assim como outras infecções virais, pode desencadear crise de asma em pacientes que já tinham a doença previamente.
“Para evitar que isso aconteça, o indicado é que os asmáticos mantenham o uso correto de sua medicação habitual de controle, pratiquem exercícios físicos e adotem os cuidados de higiene e isolamento social como todos nós”, enfatiza a médica.
Em pacientes com infecção por Covid-19, as medicações inaladas para asma devem ser administradas preferencialmente sem o nebulizador, para evitar a dispersão de aerossóis, que aumenta a disseminação do vírus. Neste caso, o ideal é que esses medicamentos sejam dados em dispositivos spray e inaladores de pó seco.
