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11 de October de 2019

Outubro Rosa: idade e estilo de vida são responsáveis por mais de 90% dos casos de câncer de mama

A existência de casos de câncer de mama na família é um importante fator de risco para o desenvolvimento do câncer de mama, mas não o principal. A idade – mais de 50 anos – e o estilo de vida – sedentarismo, tabagismo e ingestão de bebidas alcoólicas – impactam a ocorrência da doença em mais de 90% dos casos, além da história familiar.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é o tipo da doença mais comum entre as mulheres no mundo e, depois do câncer de pele não melanoma, correspondendo a cerca de 25% dos casos novos a cada ano. No Brasil, esse percentual é de 29%. Segundo a American Cancer Society, uma em cada 8 mulheres que viverem até os 75 anos terão diagnóstico de câncer de mama. Em raros casos (1% do total), a doença também acomete homens.

Para falar mais sobre o assunto, convidamos a oncologista Patrícia Schorn, especialista em câncer de mama e coordenadora do Centro de Oncologia do Hospital Santa Lúcia.

1 – Quais os principais fatores reprodutivos e relacionados ao estilo de vida para o desenvolvimento do câncer de mama?

Entre os principais fatores ambientais estão o sedentarismo, o tabagismo e alcoolismo. Já entre os reprodutivos, a menopausa tardia (após 50 anos), o início precoce da menstruação (antes dos 12 anos), a gestação após 30 anos ou não gestação, além do fato de não amamentar.

2 – Uma mulher sem casos de câncer de mama na família tem tantas chances ou até mais de desenvolver a doença se estiver dentro do risco ambiental?

Sim, pois o principal fator de risco independente para o desenvolvimento do câncer de mama é a idade. O câncer é muito mais frequente a partir dos 50 anos, independente da exposição a fatores de risco. Quando se tem essa exposição, ou seja, quando a mulher é sedentária, fuma e ingere bebidas alcoólicas em excesso, há um aumento considerável nesse risco. A absoluta maioria dos diagnósticos de câncer de mama ocorrem a partir dessa idade.

3 – Os tipos mais agressivos de câncer de mama são hereditários ou adquiridos por causa do estilo de vida? Por quê?

Geralmente, o tipo mais agressivo de câncer de mama acomete as mulheres mais jovens, abaixo dos 35 anos, ou seja, aquelas que têm câncer de mama hereditário, em virtude da biologia tumoral. Esse grupo é pequeno, porém nessa população o câncer é mais agressivo porque há uma relação linear entre a hereditariedade e a agressividade.

4 – Como monitorar a possibilidade de desenvolver câncer de mama e ter um diagnóstico precoce da doença?

As mulheres que têm fator de risco familiar, ou seja, histórico de câncer na família, em parentes preferentemente de primeiro grau, devem, a partir dos 35 anos, consultar um médico para realizar o exame clínico das mamas e a mamografia anuais. As mulheres sem esses fatores de risco são consideradas de menor risco e então devem procurar o mesmo cuidado médico a partir dos 40 anos. É importante lembrar que o autoexame não substitui a avaliação médica.

5 – Como se dá o diagnóstico da doença?

São realizados exames de imagem. Entre eles podem estar a mamografia, a ecografia mamária e/ou a ressonância nuclear magnética das mamas. Essa indicação dependerá de característica do tumor e da paciente. Após esta fase, é realizada uma biópsia do nódulo mamário ou da respectiva área alterada para confirmar ou excluir a possibilidade de câncer.
6 – Quais os principais tratamentos da atualidade?

A depender do estágio da doença, pode ser realizada cirurgia total ou conservadora associada à pesquisa do linfonodo sentinela ou esvaziamento axilar, de acordo com a avaliação médica. Geralmente são associados a tratamentos como quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e hormonioterapia.
7 – Como o Santa Lúcia está preparado para diagnosticar e tratar mulheres com câncer de mama?

O Santa Lúcia dispõe de equipe multi e transdisciplinar preparada para a abordagem diagnóstica e terapêutica do câncer de mama. Além disso, encontra-se pronto para oferecer a prevenção da doença. Fazem parte deste grupo de profissionais mastologistas, oncologistas, radioterapeutas e geneticista – este último responsável pela investigação da doença hereditária para prevenção. Além disso, a equipe é composta por nutricionistas, estomatologistas, fisioterapeutas e psicólogos. Dispomos também de toda a infraestrutura e equipamentos de alta tecnologia necessários para a adequada condução do paciente com câncer de mama.