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24 de September de 2019

Como o sono ruim, o sedentarismo e o estresse contribuem para o surgimento de doenças cardiovasculares?


 

Diabetes, tabagismo e hipertensão são os fatores de risco mais importantes associados à ocorrência de doenças cardiovasculares como o infarto, a arritmia cardíaca e o acidente vascular cerebral (AVC). Todavia, alguns outros também desempenham um papel relevante no aparecimento dessas doenças, apesar de nem sempre serem lembrados e valorizados, como o sono inadequado, o sedentarismo e o estresse.

 

Mas como cada um desses fatores influencia a saúde do coração e dos vasos sanguíneos? O médico Cássio Rodrigues Borges, cardiologista do Santa Lúcia, explica. De acordo com ele, também especialista em clínica médica, a rotina de sono é essencial, e importam tanto a duração quanto a qualidade do descanso.

 

SONO – “A falta de sono e sua má qualidade, principalmente a apneia, criam uma situação de estresse crônico, com o aumento da descarga de adrenalina, cortisol e outros marcadores inflamatórios relacionados ao estresse. Na apneia do sono ainda ocorrem períodos de baixa oxigenação do organismo. Com isso, aumenta o estresse oxidativo do coração e vasos sanguíneos, a pressão arterial e o risco de arritmias e de doenças do coração”, detalha.

 

Os distúrbios do sono também provocam falta de concentração; irritabilidade; sonolência durante o dia, com risco de acidentes no trânsito e no trabalho; aumento do apetite, com maior risco de surgimento de obesidade, hipertensão arterial e diabetes; todos eles fatores de risco para infartos e AVC. “Pesquisas mostram que tanto dormir pouco quanto dormir muito pode afetar a saúde, inclusive com aumento da mortalidade. O recomendado é dormir entre 7 e 8 horas por noite, mas essa necessidade pode variar entre as pessoas”, reforça o especialista.

 

SEDENTARISMO – Estudos sugerem que a inatividade física em si duplica o risco de doença coronariana, um efeito similar em magnitude ao do tabagismo, da hipertensão arterial ou do colesterol elevado. As pessoas que evitavam exercícios aeróbicos apresentaram um risco marcadamente crescente de morte prematura devido a qualquer causa, especialmente doenças cardíacas.

 

Os exercícios físicos ajudam a prevenir o aparecimento de hipertensão arterial e a reduzir os níveis de pressão arterial em indivíduos que já apresentam a doença. Além disso, auxiliam no controle do colesterol, reduzindo os níveis de colesterol total, triglicerídeos e LDL (conhecido como colesterol ruim) e elevando os níveis de HDL (colesterol bom).

 

“O exercício físico também melhora a capacidade de absorver e utilizar o oxigênio pelo organismo, com melhor utilização da glicose pelos músculos e redução dos níveis de açúcar no sangue. Eles contribuem para que o indivíduo mantenha um peso saudável, prevenindo a obesidade, aumentando os níveis de energia e diminuindo o cansaço. As endorfinas liberadas pelo organismo durante as atividades físicas ajudam a controlar o estresse, melhorando ainda a qualidade do sono. Eles também facilitam o controle de hipertensão, diabetes, dislipidemias (colesterol alto) e diminuem os sintomas da insuficiência cardíaca”, destaca Cássio Borges.

 

ESTRESSE – O estresse é o quarto maior fator de risco para infarto no Brasil, perdendo apenas para o colesterol alto, cigarro e hipertensão. E o problema ainda é mais grave entre as mulheres que, apesar de estarem mais inseridas no mercado de trabalho, ainda cumprem, na maioria das vezes, uma dupla jornada ao cuidar das tarefas domésticas e dos filhos, o que pode fazê-las se sentirem pressionadas e ansiosas.

 

“Quem vive uma rotina estressante libera altos níveis de hormônios que provocam instabilidade no organismo, como adrenalina e cortisol, responsáveis por elevação da pressão arterial e dos níveis de glicose, aumento da frequência cardíaca e da atividade de células inflamatórias – os glóbulos brancos ou leucócitos”, informa o cardiologista.

 

Já homens submetidos a altos níveis de estresse podem dobrar os riscos de desenvolver diabetes tipo 2, aquele em que o organismo é capaz de produzir insulina, mas tem dificuldade de processá-la. “Em ambos os casos, é preciso evitar jornadas excessivas de trabalho e ter mais tempo para a família e para sair com os amigos. Praticar um hobby também pode ajudar”, orienta, ao relembrar a necessidade de fazer atividades físicas regulares, manter uma alimentação balanceada e sono sem interferência de ruídos.

 

ACOMPANHAMENTO MÉDICO – Em qualquer faixa etária, se o indivíduo tem sintomas que possam ser causados por problemas do coração, como dor torácica, palpitações, cansaço aos esforços e desmaios, é preciso procurar um médico urgentemente.

 

Para adultos, é importante fazer avaliações cardiológicas antes de iniciar atividades físicas recreativas ou competitivas e da realização de cirurgias ou procedimentos médicos, principalmente se irá necessitar de anestesia geral, para avaliar e prevenir os riscos de complicações cardiovasculares.

 

As crianças e adolescentes que irão iniciar práticas de atividades esportivas competitivas também precisam ser avaliadas para identificar o risco de morte súbita ou a presença de cardiopatias congênitas.

 

Pessoas com hipertensão, diabetes ou cardiopatias já diagnosticadas, como coronariopatias e arritmias, devem fazer acompanhamento periódico frequente, de acordo com a indicação do médico. Os exames necessários para cada paciente dependem de cada caso.

 

NO SANTA LÚCIA – Os hospitais do Grupo Santa contam com emergências cardiológicas 24 horas e médicos preparados para atender urgências, emergências e consultas ambulatoriais. Todos possuem protocolos seguros e ágeis para o atendimento a pacientes com dor torácica e AVC e para maior agilidade na identificação e tratamento de infartos e acidentes vasculares encefálicos.

 

O atendimento é integrado ao serviço de Hemodinâmica para rápido tratamento e leitos de UTI especializados para indivíduos com doenças cardiovasculares.