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02 de July de 2019

Síndrome do ovário policístico pode atingir até 30% das mulheres

De 20 a 30% das mulheres podem desenvolver a síndrome do ovário policístico (SOP). A doença não é incomum e provoca desde sintomas desconfortáveis — alterações menstruais, aumento dos pelos no rosto, seios e abdômen, obesidade, acne e queda de cabelo — até problemas graves — como depressão e infertilidade. Entretanto, apenas cerca de 10% das pacientes apresentam alguma sintomatologia, o que torna fundamental o acompanhamento regular de um ginecologista.

Segundo o médico ginecologista do Hospital Santa Lúcia, Eduardo Medeiros, a SOP consiste na presença de pequenos cistos na periferia dos ovários associada ao aumento de hormônios masculinos no organismo e anovulação crônica, ou seja, quando a paciente tem ciclos menstruais irregulares e passa alguns deles sem ovular.

Em geral, a síndrome é decorrente de deficiências enzimáticas nos ovários, o que significa que ela tem origem genética. Como não pode ser curada, mas sim controlada, hábitos de saúde podem impactar positivamente. “A manutenção da alimentação saudável e a prática regular de exercícios físicos ajudam a manter os níveis de gorduras sanguíneas mais adequados, o que contribui para controle da insulina (intrinsecamente ligada ao processo da SOP)”, explica o especialista.

De acordo com ele, muitas pacientes acreditam que as irregularidades menstruais que se apresentam nos primeiros ciclos são normais e, por isso, acabam por não receber o diagnóstico precoce. Assim, o ideal é ser acompanhada por um ginecologista de confiança desde a primeira menstruação. Para as diagnosticadas com a doença, a frequência das visitas ao ginecologista dependerá de fatores como desejo de engravidar, expressão dos sintomas e presença de outras comorbidades associadas.

“A síndrome impede a liberação dos óvulos no ovário e, por consequência, há a dificuldade de engravidar. Embora um pequeno percentual de pacientes engravide espontaneamente, a maioria pode necessitar de terapias como a indução de ovulação por via medicamentosa”, detalha Eduardo Medeiros.

Além disso, quando não tratada, a SOP pode provocar síndromes metabólicas graves, como a elevação diabetes e dos níveis de colesterol e hipertensão arterial, que podem trazer consequências importantes, a exemplo da obstrução das artérias coronarianas.

“Para evitar que isso ocorra, temos nos ambulatórios do Santa Lúcia uma equipe de ginecologistas preparados para a diagnose precoce e acompanhamento da SOP, além de modernos aparelhos para investigação por imagem que aumentam a precisão do diagnóstico”, finaliza o ginecologista.