Aumento de casos de infecção pelo zika vírus exige atenção
Com o aumento das chuvas no Distrito Federal, os cuidados para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti que, entre outras doenças, é vetor de transmissão do vírus zika, precisam ser redobrados. Segundo um relatório divulgado pelo Ministério da Saúde, o número de casos da doença aumentou nas primeiras 11 semanas de 2019, quando foram registradas 2.062 ocorrências no Brasil, nenhuma fatal. Em 2018, no mesmo período, foram registrados 1.908 casos prováveis.
O zika vírus é uma arbovirose, o que significa que sua principal forma de transmissão ocorre por meio da picada do Aedes aegypti. Por isso, evitar o acúmulo de água parada é essencial. “Além disso, a transmissão também ocorre pela placenta durante a gestação, ao que chamamos de síndrome congênita do zika vírus. Há ainda a evidência da sua presença no esperma de homens contaminados”, afirma o médico infectologista do Hospital Santa Lúcia, Werciley Júnior.
A síndrome infecciosa do zika vírus se manifesta com dores no corpo, especialmente nas articulações, febre e vermelhidão na pele. Clinicamente os sintomas são muito similares aos da dengue, porém na zika há predominância da vermelhidão associada a dores de leve intensidade e conjuntivite, enquanto na dengue as dores articulares e musculares são predominantes.
DIAGNÓSTICO E CONSEQUÊNCIAS – O diagnóstico de infecção pelo zika vírus é feito a partir de uma avaliação clínica aliada ao perfil epidemiológico. “Do ponto de vista laboratorial, temos teste para detecção do DNA viral feito até o quinto dia dos sintomas e testes sorológicos feitos a partir do sétimo dia de doença”, informa o especialista.
Em mulheres grávidas, a doença é mais preocupante. “Quando adquirido durante a gestação, mais comumente no primeiro trimestre, o vírus pode afetar a formação e o desenvolvimento neurológico do feto e dos órgãos”, ressalta o especialista.
O zika vírus também pode acometer o sistema nervoso dos adultos, que podem apresentar quadros neurológicos como síndrome de Guillain-Barré, alteração neurológica que causa perda de força e sensibilidade. É possível ainda o surgimento de infecções graves no sistema nervoso central, as chamadas encefalites.
TRATAMENTO – Apesar de não haver tratamento específico para a infecção pelo zika vírus, já existem inúmeros estudos para controlar o vírus com medicações durante a gestação. Um exemplo é a utilização experimental de um medicamento para tratar hepatite C chamado sofosbuvir.