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29 de March de 2019

Embolização é alternativa mais moderna para tratar malformações arteriovenosas cerebrais

As malformações arteriovenosas (MAVs) cerebrais são doenças congênitas e se caracterizam pela comunicação direta – e que não deveria existir – entre artérias e veias do sistema vascular cerebral. De origem genética, elas estão associadas a diversos genes e as principais pesquisas científicas sobre o assunto se debruçam sobre este aspecto.

 

Em geral, pacientes com MAV cerebral podem apresentar diversas complicações e sintomas ao longo da vida, como dores de cabeça e crises convulsivas, além das hemorragias e isquemias cerebrais que podem levar ao óbito ou a incapacidades graves.

 

De um modo geral, tratamos MAVs sintomáticas, ou seja, aquelas sangraram em algum momento da vida, aquelas que provocam sintomas isquêmicos ou quando são responsáveis por quadros de epilepsias graves e de difícil controle com medicações. As assintomáticas normalmente são tratadas de forma conservadora, ou seja, com o acompanhamento por meio de exames de imagem e com uso de medicações para controle de sintomas”, afirma o neurocirurgião vascular e endovascular do Hospital Santa Lúcia, Victor Hugo Espíndola Ala.

 

A embolização é uma das mais modernas formas de tratar a doença e, no Brasil e no mundo, ainda há poucos profissionais capazes de realizá-la. “A técnica consiste na injeção arterial de material embólico (um tipo de “cola biológica”) dentro da malformação arteriovenosa. O grande diferencial é que MAVs anteriormente consideradas intratáveis, ou tratadas somente com cirurgia aberta, hoje são passíveis de cura com a utilização dessa técnica minimamente invasiva”, afirma o especialista.

 

Tradicionalmente, as MAVs podem ser tratadas de três diferentes formas: com cirurgias abertas onde abre-se o crânio do paciente para realizar a dissecção cerebral e retirar a malformação em bloco; com radiocirurgia, em que são emitidas altas doses de radiação concentradas na malformação arteriovenosa para induzir o seu fechamento; e a embolização por via arterial, em que o material embólico é injetado por via arterial.

 

“Atualmente estamos vivendo uma grande mudança no tratamento das MAVs com o desenvolvimento da uma nova via para embolização. A via venosa é uma técnica nova e revolucionária que permite o tratamento de malformações que até então eram consideradas intratáveis com as técnicas supracitadas. Em casos mais complexos, podemos associar todas essas técnicas para o completo tratamento da malformação”, ressalta Victor Hugo Ala.

 

ATENDIMENTO NO SANTA LÚCIA – O Santa Lúcia possui uma equipe multidisciplinar altamente especializada e preparada para o tratamento das mais diversas patologias neurovasculares. Além disso o Hospital Santa Lucia Sul dispõe da máquina de hemodinâmica Biplana GE, de última geração, única no centro-oeste e capaz de gerar aquisições de imagens em diversos planos ao mesmo tempo.

 

“Isso aumenta a efetividade e segurança do tratamento, permite a utilização de doses menores de radiação e a metade da quantidade de contraste que seria utilizado em máquinas convencionais. Nossa equipe e estrutura nos colocam em uma posição de destaque no cenário nacional em se tratando de patologias neurovasculares”, finaliza o médico.