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06 de March de 2018

Saúde da mulher: risco de AVC, osteoporose e doenças cardiovasculares merecem atenção especial

Segundo a mais recente Pesquisa Nacional de Saúde, divulgada pelo IBGE em 2015, as mulheres frequentam mais os consultórios médicos do que os homens. Coletados a partir de entrevistas, os dados revelaram que apenas 63,9% dos indivíduos do sexo masculino procuraram um profissional médico nos 12 meses anteriores ao questionamento, enquanto 78% das mulheres fizerem isso no mesmo período.

Para a médica geriatra do Hospital Santa Lúcia Sul, Priscilla Mussi, as diferenças hormonais, entre os órgãos e as questões culturais são fatores que influenciam fundamentalmente e de forma diferente a saúde e os riscos a ela em homens e mulheres. Todavia, “tanto em homens quanto em mulheres, o acompanhamento médico deve ser semestral e com exames individualizados de acordo com história pregressa e familiar”, recomenda.

Mas que cuidados específicos precisam ser tomados pelas mulheres? Responder essa pergunta passa por conhecer que doenças mais atingem pessoas do sexo feminino.

De acordo com a médica, as mulheres e homens tem mesmo risco de AVC, mas quando as mulheres apresentam o quadro, o prognóstico é pior, pois ficam mais depressivas e não conseguem se recuperar tão bem. Por isso, elas devem ficar atentas à pressão arterial, de acordo com as novas recomendações da Associação Norte-Americana do Coração.

“As mulheres têm também maiores fatores de risco que favorecem os acidentes cerebrais como enxaquecas, depressão, diabetes e arritmia cardíaca”, explica a geriatra.

Priscilla Mussi também ressalta que a osteoporose, doença que enfraquece os ossos, está fortemente associada às mulheres – elas representam 75% dos casos de fratura no quadril. Já em relação às doenças cardiovasculares, ela informa que, apesar de os homens terem mais ataques cardíacos do que as mulheres, as taxas de mortalidade por sexo são praticamente iguais.

“Isso ocorre porque as mulheres são mais propensas a morrer se tiverem um ataque cardíaco, segundo a Fundação Britânica do Coração”, explica a médica. E o aspecto cultural tem forte influência sobre este resultado.

Uma pesquisa feita pela Universidade de Leeds, no Reino Unido, e pelo Instituto Karolinska, da Suécia, analisou dados de um registro sueco online de ataques cardíacos e concluiu que as mulheres tinham menos chance de receber tratamento adequado após um infarto que os homens.

Segundo os pesquisadores, a concepção equivocada sobre as características de um paciente cardíaco, comumente imaginado como um homem de meia-idade, acima do peso, com diabetes e fumante, faz com que um olhar mais atento às condições cardiovasculares da mulher fique em segundo plano.

Os dados do estudo revelaram que as mulheres têm 34% menos chance de serem submetidas a procedimentos para desbloquear artérias, como ponte de safena, por exemplo.